Na última terça-feira (21), um grupo de pacientes teve um compromisso muito especial no Centro Especializado em Reabilitação (CERII) Tucuruvi, na zona norte de São Paulo. Pintura, roda de conversa, brincadeiras na piscina e outras atividades lúdicas marcaram o dia de 26 crianças e seus pais no 21 de março, data dedicada à conscientização sobre a Síndrome de Down.

Voltado à reabilitação física e intelectual, o CER II Tucuruvi atende pacientes que precisam de cuidados nestas duas modalidades, o que abrange desde fraturas, pós-operatório, dores agudas, sequelas de acidente vascular cerebral (AVC) e lesões neurológicas até o acompanhamento de recém-nascidos considerados de alto risco, que recebem monitoramento por um período de dois anos. São eles bebês com diagnóstico de doenças congênitas como a Síndrome de Down, com paralisia cerebral, além de prematuros, bebês filhos de adolescentes, com meningite ou sífilis congênita, entre outras condições.

Atendimento é sempre multidisciplinar e singular
No caso da Síndrome de Down, o encaminhamento para os centros de reabilitação é sempre feito pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que permanecem como referência para o atendimento dos indivíduos ao longo de toda a sua vida. Só no CER II Tucuruvi, atualmente são atendidos 26 pacientes com esta condição, em sua maior parte com idades entre zero e 5 anos.

A equipe multidisciplinar, formada por várias especialidades médicas (como ortopedia, neurologia, fisiatria), juntamente com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudióloga e também psicóloga e assistente social, é responsável por elaborar um projeto terapêutico singular (PTS) de acordo com as demandas individuais.

“Os casos mais frequentes são de crianças que demoram para andar e para falar, por causa da diminuição do tônus muscular, uma das características mais comuns na Síndrome de Down”, explica a gestora do CER II Tucuruvi, Patrícia Gouvea Theodoroff. Segundo ela, o PTS com acompanhamento multidisciplinar desde cedo faz uma enorme diferença no desenvolvimento de uma condição de autonomia e máximo bem-estar para as crianças.

Papel da família é essencial para evolução dos pacientes
Segundo ela, para que isso ocorra, a participação e envolvimento da família é fundamental. “Realizamos um trabalho de acolhimento também em relação aos pais, que, sempre que necessário, são assistidos por psicóloga e assistente social”, ressalta a gestora. Segundo ela, se o trabalho realizado conjuntamente pelas equipes de saúde e pela família alcançar a efetividade desejada, a criança atingirá um bom nível de integração social e o trabalho do CER evolui para um acompanhamento extramuros, sem a necessidade da presença do indivíduo cotidianamente na unidade.

Quando o indivíduo com Síndrome de Down ou outro tipo de deficiência intelectual chega mais tarde aos serviços de saúde e ainda enfrenta dificuldades em relação às atividades do dia a dia, outros desafios se colocam. Nesses casos, além das equipes das UBSs e dos CERs, a rede municipal conta com a Estratégia APD - Programa Acompanhante Comunitário de Saúde da Pessoa com Deficiência. As equipes de APSs, como são chamadas, atuam em todas as regiões e auxiliam as pessoas com deficiência em suas atividades do dia a dia e também na inserção no mercado de trabalho, sempre com foco em saúde e autonomia - os mesmos objetivos por trás do evento realizado no dia 21 no CER II Tucuruvi.

Pais, terapeutas e crianças durante uma das atividades no CER II Tucuruvi (Foto: Acervo SMS)

Mães, crianças e terapeuta em terapia aquática no último dia 21 no CER II Tucuruvi (Foto: Acervo SMS)