Um reencontro emocionante com a esperança e o resgate da confiança após um período difícil vivendo com o vício. Assim se sente Raul Vendramini, 40 anos, que foi para Portugal rever a família após 14 anos distante. Raul fez tratamento no Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica (Siat II) Armênia e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III (Caps AD III) Armênia, na área central de São Paulo, da rede de serviços oferecidos pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). As equipes do Siat e do Caps contribuíram para esse reencontro fosse possível.
“O trabalho do Siat e do Caps foi muito importante. Eu estava numa situação em que não tinha mais esperança, achando que tudo havia acabado, mas não era isso. Agora eu estou reescrevendo a minha história”, conta ele, que recorreu ao serviço em 2021.
Em agosto de 2022, após idas e vindas, Raul foi inserido no Caps AD III Armênia, para cuidado da saúde mental, intensificação do projeto terapêutico singular (PTS) para redução do uso de substâncias psicoativas, sensibilização ao cuidado e ressignificação desse uso e suas escolhas.
“Ele fazia uso problemático de diversas substâncias, com muito prejuízo social, desde a adolescência. Nesse processo conosco, trabalhamos a ressignificação do uso de drogas e o fortalecimento para retorno ao mercado de trabalho. Ele possui nível superior completo, mas não conseguia se recolocar. Trabalhamos fortalecendo o seu protagonismo e o vínculo familiar, acompanhando também os contatos que ele realizava com a mãe em Portugal”, relembra Ana Paula Viola, coordenadora do Siat II Armênia.
O reencontro
Paralelamente ao tratamento, profissionais do Siat e do Caps estimularam a regularização da documentação de Raul, como o passaporte, além de atendimentos pontuais com a mãe, para acolhimento e fortalecimento da genitora a fim de receber o filho.
Há um mês, em 13 de fevereiro, Raul saiu do Brasil em direção a Portugal, chegando no dia seguinte à casa da mãe, na região de Leiria. “Hoje eu estou bem melhor, junto com meus pais. Sinto-me muito mais confiante e correndo atrás de um emprego. Minha mãe está me dando muito apoio. Quero trabalhar e tocar o barco”, conta.
Saúde mental
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) conta com 216 equipamentos voltados à saúde mental, sendo 102 Caps que compõem a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) da capital paulista.
Os Caps acolhem as pessoas em situações de crise decorrente do consumo nocivo de substâncias psicoativas ou que vivenciam intenso sofrimento psíquico. Esses serviços trabalham em regime de porta aberta, isto é, sem necessidade de agendamento prévio ou encaminhamento, oferecendo acolhimento e tratamento multiprofissional aos pacientes.
Quem procura o serviço é ouvido e participa da elaboração de um projeto terapêutico singular específico para as suas necessidades e demandas. A equipe multiprofissional composta por médicos psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos, educadores físicos, técnicos e agentes redutores de danos avaliam o quadro do paciente e indicam o tratamento adequado para cada caso. A internação só é indicada quando estão esgotadas todas as possibilidades terapêuticas disponíveis no Caps.
Hoje, a cidade conta com 33 Caps da modalidade infantojuvenil (IJ),34 voltado a adultos e 35 destinados a dependentes de álcool e drogas (AD). Em 2022, foram entregues os Caps IJ II e Adulto III Jardim São Luís, AD III Paraisópolis, Caps AD III Armênia e AD III Boracea, além da ampliação do Caps IJ III Santana.
Além disso, no último dia 23 de fevereiro, a prefeitura inaugurou o Serviço de Cuidados Prolongados em Álcool e Drogas (SCP-AD) Boracea, uma iniciativa pioneira no Brasil. O novo equipamento oferece acolhimento e tratamento voltado a abstinência do consumo de álcool e outras drogas.
Para encontrar o Caps mais próximo de sua residência, basta acessar o cidadão acessar a plataforma Busca Saúde, disponível clicando aqui.