Caps IV Redenção completa três anos com 7,5 mil pessoas atendidas

Unidade recebe cidadãos com quadros graves relacionados ao consumo nocivo de álcool e drogas e conta com 20 leitos para acolhimento.

Em março, o Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas IV (Caps AD IV) Redenção completa três anos de atuação na cidade de São Paulo. Localizado na Avenida Duque de Caxias, em meio a conhecida cena de usuários da região central, o equipamento funciona 24h em regime de portas abertas, seguindo as premissas dos demais 35 Caps AD distribuídos pela cidade, de atendimento integral às pessoas em situação de intenso sofrimento decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. Nesses três anos, o equipamento recebeu 7,5 mil pessoas e realizou 121.516 atendimentos.

“Qualquer pessoa em situação de dependência química que tenha necessidade pode buscar a unidade; a equipe irá ouvir suas demandas e realizar o atendimento ou encaminhamento necessário”, diz Anderson Assis, gerente do Caps IV Redenção. Ele lembra que, como parte da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), criada dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) para atender às demandas em saúde mental, a unidade compartilha serviços e cuidados com outros equipamentos, como o Hospital Cantareira, responsável pela etapa de desintoxicação, o recém-inaugurado Serviço de Cuidados Prolongados Álcool e Drogas (SCP-AD) Boracea, além do Serviço Integrado de Acolhida Terapêutica (Siat) e do Centro de Convivência e Cooperativa (Cecco), presentes em várias regiões da cidade.

O Caps também recebe pessoas encaminhadas pelos agentes do programa Redenção, criado em 2018 pela Secretaria Executiva de Projetos Estratégicos da Prefeitura Municipal de São Paulo, que implementa ações integradas de atenção à saúde, reinserção social e capacitação profissional para o tratamento de dependentes químicos em situação de vulnerabilidade ou risco social.

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O Caps IV Redenção conta com 20 leitos para permanência por até 15 dias. Cada paciente possui um Projeto Terapêutico Singular (PTS), elaborado por uma equipe multidisciplinar com psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, educador físico, nutricionista, farmacêutico, enfermeiros, clínico geral e psiquiatra. Além do atendimento psicológico individual, o equipamento oferece atendimento em grupo, oficinas de culinária, música, desenho e até uma roda de samba, que acontece semanalmente.

A partir do PTS cada paciente tem pactuado com seu profissional de referência os dias que deverá ir ao Caps para dar continuidade ao tratamento. Dependendo da necessidade, ele pode frequentar o Caps todos os dias, e conforme o grau de risco avaliado, ele também pode ser direcionado ao acolhimento noturno para observação ou cuidados intensivos em uma situação de crise. “Em todo esse acompanhamento buscamos trabalhar de forma coletiva, e quando existe uma demanda mais específica a levamos para o atendimento individual”, explica o gestor.

Ele acrescenta que a equipe do Caps atua ainda em iniciativas para sensibilizar a vizinhança da região, por meio de busca ativa para tentar localizar pacientes que já fizeram acompanhamento e pararam de ir, entre outras: “Fazemos muitas coisas para além da unidade ou de ficar esperando o paciente chegar”, finaliza Anderson.

Veja aqui os endereços dos Caps na capital.