Grupo de diabetes do Hospital Municipal Menino Jesus orienta pais e responsáveis a superar desafios da doença em crianças

Unidade desenvolveu linha de cuidado integrada com diversas especialidades para promover ações coordenadas e eficazes no combate ao diabetes, que no Brasil tem incidência de 8,9 mil casos novos por ano em crianças e adolescentes

Referência no tratamento de crianças e adolescentes na cidade de São Paulo, o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, da Prefeitura de São Paulo, disponibiliza diversos programas para promover a boa saúde do público infantojuvenil. Um deles é o grupo de diabetes, que atende mensalmente uma média de 45 pacientes com diabetes tipo 1 e, desde 2010, atua com base na linha de cuidados desenvolvida pelo Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), gestor do hospital desde 2008.

O programa foi criado em 2004, mas a integração entre o Hospital Menino Jesus, o IRSSL e a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo possibilitaram a implementação de novos protocolos de cuidado e acompanhamento multiprofissional, com ações coordenadas e eficazes no combate à doença, como, por exemplo, orientação alimentar, estímulos à prática de atividades físicas, controle da ingestão de calorias, determinação frequente dos níveis de glicose no sangue e adesão ao tratamento preconizado.

O diabetes tipo 1 tem incidência de 8,9 mil novos casos por ano em crianças e adolescentes no Brasil, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes.

Ação integrada com equipe multiprofissional
O tratamento da doença envolve mudanças de hábitos e estilo de vida, por isso, todo o processo é feito a partir de consultas com equipe multiprofissional formada por endocrinologistas e nutricionistas, além da participação em grupos semanais coordenados por pediatras, psicólogas, enfermeiras, assistentes sociais e farmacêuticas.

“As reuniões são fundamentais para orientar as famílias e pacientes sobre protocolos para manter a doença controlada. O diabetes é uma doença silenciosa, por isso é importante ter um acompanhamento diário dos níveis de açúcar no sangue, ainda mais se considerarmos que qualquer descontrole representa perigo. No ano passado, o grupo recebeu 27 novos pacientes e neste ano a previsão é que esse número seja superado”, afirma a coordenadora do ambulatório de especialidades, Debora Gejer.

Diabetes tipo 1
O excesso de açúcar no sangue, conhecido como glicose, é o que caracteriza essa doença, que se não for controlada pode causar diversos problemas ao organismo. Por ser autoimune, as células de defesa atacam o pâncreas, órgão do corpo responsável pela produção de insulina que controla os níveis de glicose no sangue.

Por conta dessa condição os portadores da doença precisam de doses diárias de insulina que são aplicadas no corpo, já que o pâncreas não consegue produzir a quantidade necessária de insulina, responsável pela conversão do açúcar em energia.

O diabetes tipo 1 surge na infância e adolescência e pode ser identificado a partir de perda de peso rápida, sede constante, aumento do apetite, aumento da urina e cansaço a partir de um pequeno esforço físico.

“Acredita-se que o diabetes tipo 1 seja de origem genética, porém o seu real mecanismo de transmissão ainda não é completamente conhecido. Vale destacar que a doença surge independentemente dos hábitos alimentares e estilos de vida das crianças e adolescentes, mas uma vez que a doença se manifesta é necessária a introdução de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física, para que não ocorra um agravamento do quadro”, comenta Antonio Carlos Madeira de Arruda, superintendente médico do Hospital Menino Jesus.