Setembro Vermelho alerta para saúde cardiovascular

Problemas do coração são a principal causa de mortalidade no Brasil e estão em boa parte ligados a hábitos de vida

No dia 29 de setembro de 2021, Dia do Coração, o “Cardiômetro”, indicador do número de mortes por doenças cardiovasculares criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), marcava pouco mais de 230 mil óbitos em decorrência de problemas do coração. Em 2022, somente até 1º de setembro, este número já ultrapassa 269 mil óbitos, uma escalada ascendente nas estatísticas que reforça a importância da conscientização sobre as doenças cardiovasculares, seus fatores de risco e prevenção.

A estimativa é de que em todo o Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas apresentam alguma doença cardiovascular, e que pelo menos, 400 mil morrem por ano, o que corresponde a cerca de 30% das mortes de brasileiros.

O que são doenças cardiovasculares
O coração é uma máquina perfeita e executa o bombeamento de sangue pelo nosso organismo, realizando aproximadamente 100 mil contrações por dia ao longo de toda a nossa vida, mantendo a vitalidade de órgãos e tecidos. Para garantir seu bom funcionamento, é preciso que todas as partes desta complexa engrenagem estejam em perfeito estado para desempenhar suas funções adequadamente. Se alguma apresenta falhas, o desempenho do coração é afetado, sobrecarregando-o outros órgãos, prejudicando funções do corpo e colocando a vida em risco.

Doença cardiovascular é um termo que descreve doenças do coração ou dos vasos sanguíneos, como as doenças isquêmicas do coração (DAC, que resultam da obstrução das artérias coronárias e provocam o infarto do miocárdio), a doença cerebrovascular ou AVC, doença arterial periférica, cardiopatia congênita, entre outras.

Hábitos de vida pouco saudáveis (como tabagismo, sedentarismo, má alimentação e rotina estressante) são fatores importantes para o desenvolvimento de doenças do coração, juntamente com doenças crônicas como hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol alto) e diabetes formando uma espécie de “ciclo vicioso” que resulta na maior causa de morte em indivíduos com mais de 50 anos, tanto homens como mulheres, em especial nos países pobres e em desenvolvimento.

A pandemia de Covid-19, tanto pelo represamento de atendimentos quanto pelo estresse gerado e pelas próprias sequelas da doença, agravou ainda mais a situação, gerando um efeito que será sentido no próximos anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Dados da Cidade de São Paulo
Na cidade de São Paulo, entre 2016 e 2021, o número de óbitos por doenças do aparelho circulatório, incluindo AVC, infarto, insuficiência cardíaca e miocardiopatias, entre outras, manteve-se estável, oscilando em uma média de 24 mil a 25 mil ao ano, segundo o Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PRO-AIM). Em 2021, foram 23.939 óbitos, número que representa cerca de 63 mortes por dia por problemas relacionados ao coração. Entre as patologias cardiovasculares, que mais vitimaram os paulistanos naquele ano, estão as doenças isquêmicas do coração (8.118) e AVC (5.470).

Fique atento a sintomas que podem indicar problemas cardiovasculares:

- falta de ar;
- ronco durante o sono;
- dor ou desconforto no peito;
- tosse seca, quando relacionada a dor e desconforto no peito;
- cor azulada nas pontas dos dedos;
- tonturas e desmaios;
- palpitações e coração acelerado;
- inchaço nas pernas, tornozelos e pés;
- cansaço recorrente;
- enjoo, má digestão ou perda de apetite.

Vale lembrar que a maior parte das doenças do coração têm um desenvolvimento lento e silencioso, muito antes da ocorrência de sintomas e de um evento como o infarto ou o AVC, que pode resultar em morte ou sequelas permanentes. Por isso, a prevenção é fundamental, junto com consultas regulares ao médico, para que eventuais problemas sejam detectados precocemente.

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