Secretaria Municipal da Saúde

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Sábado, 14 de Maio de 2022 | Horário: 14:00

Condutor do Samu conta como um acidente ressignificou a missão de salvar vidas no trânsito

Para Gledson, é superimportante informar a população a prevenir acidentes e conscientizar sobre as atitudes simples que podem evitar sequelas

No mês de prevenção de acidentes no trânsito, o alerta do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) é para uma estatística que a cidade de São Paulo se comprometeu a reduzir pela metade até 2028: a das mortes em colisões e atropelamentos. A cada 43 minutos, a central é acionada por ocorrências desse tipo e uma ambulância precisa sair às pressas para salvar vidas que poderiam não estar em risco, se houvesse prevenção. Gledson de Souza, 44 anos, é condutor do Samu desde 2007 e viveu literalmente na pele essa situação em um dia de trabalho.

Quando foi condutor e socorrista na base da Armênia, na Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Norte, em 2019, sofreu um acidente. Um caminhão colidiu com a ambulância que seguia para Campos do Jordão, interior de São Paulo, onde estava um paciente que ia buscar. Ele e a auxiliar de enfermagem que estavam na unidade móvel ficaram feridos. Enquanto aguardava socorro, preso nas ferragens, Gledson percebeu que cada segundo ali parecia ser muitas horas. “Eu entendi o que os pacientes sentem ao esperar a ambulância”, relembra. Antes do acidente, o profissional havia sido transferido para o setor administrativo. Porém, dois anos depois de se recuperar da fratura na perna direita, Gledson voltou ao trabalho, mas não mais para os plantões. Atualmente, presta serviços no setor.

Gledson está em pé de braços cruzados na frente de uma ambulância do Samu. Ele está vestindo macacão azul escuro com listras brancas e vermelhas.

Gledson diante da ambulância do Samu, onde é condutor há 15 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

Após o acontecido, diz que muita coisa mudou a respeito de como enxerga o Samu e sua missão lá. “No primeiro dia de trabalho depois do acidente eu estava com medo de dirigir novamente a ambulância, de passar por tudo aquilo de novo, mas graças ao apoio que recebi da minha equipe, da família e amigos, consegui voltar e valorizar ainda mais o serviço”, conta.

Não foi só trauma que ficou dessa experiência para o condutor. Para ele, a missão de socorrer vítimas de acidente agora tem um significado bem mais amplo, o de ajudar a informar sobre como prevenir acidentes, conscientizá-las sobre atitudes simples que podem salvar vidas e evitar sequelas. Afinal, a terceira causa de mortes no mundo é evitável por medidas de segurança que são previstas em lei. O trabalho do serviço de atendimento pré-hospitalar é desafiador e estratégico em uma metrópole como São Paulo e isso enche Gledson de orgulho e motivação. “Quero continuar no Samu e ajudar o máximo de pessoas que eu puder”, afirma.

A inspiração para a escolha do caminho profissional veio da mãe, Maria Noêmia de Souza, 69 anos, que trabalhou como técnica de enfermagem em hospitais municipais até a aposentadoria, em 2012. “Ela trabalhava muito, emendava um turno no outro para poder garantir o sustento da nossa família e, mesmo assim, aproveitava cada segundo com a gente, quando podia. Eu me sentia muito contagiado por esse instinto dela de cuidar das pessoas e gostava de dirigir, então achei que trabalhar no Samu seria perfeito para mim.” Antes de entrar para a Saúde, ele havia trabalhado em um depósito de materiais com o pai, Antônio de Souza, 74 anos, e depois como motorista de caminhão até começar a carreira no Sistema Único de Saúde (SUS) da capital, onde diz ter se encontrado.

Na imagem há Gledson com mais dois homens em uma sala administrativa. Os três estão sentados olhando para a foto e em cima da mesa há pilhas de papéis.

O condutor com os colegas do setor administrativo, onde trabalha atualmente (Foto: Arquivo Pessoal)

Q+

Gledson valoriza muito os momentos em família, principalmente depois do acidente e de tantos atendimentos que fez ao longo da carreira. Quando está de folga, ele gosta de fazer churrasco para os pais, a esposa Debora, de 49 anos, e os filhos, Katarina e Cleber, de 14 e 22 anos de idade.

Conheça a história completa do Gledson de Souza no youtube da Secretaria Municipal da Saúde (SMS):

 

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