Secretaria Municipal da Saúde

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Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2022 | Horário: 15:00

Conheça Ronaldo, o enfermeiro que cuida de pacientes e ajuda a realizar sonhos na Hospedaria de Cuidados Paliativos do HSPM

Poder melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças sem chance de cura é um propósito de vida para o enfermeiro

Com o avanço da medicina associado à melhoria das condições de saneamento e saúde no mundo, a população acima de 60 anos de idade vem aumentando nos últimos anos. Os desafios diante da longevidade passam a ser as doenças crônicas, principais causadoras de mortes no país.

Pensando nisso, o modelo assistencial da saúde vem se adaptando para promover mais qualidade de vida com tratamentos que amenizem o sofrimento de pacientes com doenças sem chance de cura. O enfermeiro Ronaldo, 59 anos, está desde a fundação, há 17 anos, na Hospedaria de Cuidados paliativos do HSPM, onde faz este trabalho.

“Na faculdade, o conteúdo acadêmico está voltado para o cuidado de pessoas com expectativa de cura. Quando chega o convite para você fazer parte de uma equipe que vai cuidar de um paciente que do ponto de vista de cura não tem expectativa terapêutica é difícil”, relata.

Na imagem há sete pessoas, sendo cinco mulheres e dois homens. Todos estão na escadaria da Hospedaria de Cuidados Paliativos posando para a foto.

Com a equipe multidisciplinar da Hospedaria de Cuidados Paliativos do HPSM (Foto: Arquivo Pessoal)

Os enfermeiros lidam com todos os estágios de doenças e com pacientes em diferentes situações. O trabalho envolve aspectos emocionais dos pacientes que, segundo Ronaldo, mais frequentemente são a negação, a barganha e a aceitação. Ele atua também no acolhimento dos familiares dos internos, junto à equipe multiprofissional, que inclui médicos e psicólogos, além de outros colaboradores. Antes disso, era enfermeiro do HSPM, desde 2001, quando foi admitido por concurso público. Na seleção para montar a equipe da Casa de Cuidados Paliativos, logo se identificou com o perfil que procuravam para o serviço. “No início tive dificuldade para entender o tratamento lá, já que era muito duro encarar o final da vida de tantas pessoas. Mas, hoje sei que foi uma das melhores decisões que tomei, me sinto muito realizado pelo trabalho que faço.”

A esposa, Paula, de 51 anos de idade, também é enfermeira no HSPM. Os dois entraram juntos no mesmo concurso. Se conheceram na faculdade e, formados em 1997, construíram a carreira na saúde lado a lado. Poder estudar, ter essa formação é para Ronaldo uma conquista importante. Na família com cinco irmãos, ele foi o segundo filho a concluir o ensino superior. “Poder trabalhar oferecendo dignidade às pessoas é o meu propósito, sou muito grato pelas oportunidades na minha carreira”, afirma.

Na hospedaria, Ronaldo conta que a equipe tem uma relação muito próxima com os pacientes e se organiza para realizar sonhos que estão ao alcance. Isso inclui quatro casamentos feitos por lá.

Ele relembra a história de um casal que já morava junto havia dez anos, tinha um filho, mas ainda sonhava oficializar a união. Então, a equipe se organizou, ajudou a preparar uma cerimônia e realizou o desejo dos dois. Depois de algumas semanas, o senhor, que era paciente da hospedaria, faleceu. “O olhar de felicidade que conseguimos proporcionar nos últimos momentos do casal foi algo que nunca vou esquecer.”

Para o Natal de 2021, a equipe preparou uma pequena celebração para pacientes e familiares, com todas as medidas de segurança previstas, já que no ano passado, por conta da pandemia e das restrições vigentes, o evento foi suspenso.

Aposentado, Ronaldo não tem vontade de parar de trabalhar, quer continuar na hospedaria até quando puder, gosta de cuidar das pessoas, desses pequenos gestos que geram felicidade em momentos tão difíceis. Sem falar que a enfermagem é declaradamente uma paixão do profissional de saúde.

A imagem em preto e branca mostra Ronaldo e a família, sendo esposa, a filha e o filho. Todos estão sorrindo para a foto.

Ronaldo e a família em férias antes da pandemia (Foto: Arquivo Pessoal)

Q+

Ronaldo gosta muito de tocar violão, começou aos 19 anos de idade. Ouve música popular brasileira (MPB) e jazz. “Eu me recolho para tocar e curtir esses momentos, mas todo mundo lá em casa acaba ouvindo e querendo participar”, conta. Quando tem alguma comemoração em família ou entre amigos, é ele quem fica responsável pelo entretenimento. “Toco para todo mundo e adoro estar em contato com a música.”

O boletim Saúde Mais Perto/Gente tem uma versão em vídeo publicada no canal da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), no YouTube. Nesta edição, saiba um pouco mais sobre o Ronaldo.

 

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