Cidade de São Paulo completa um ano de vacinação contra a Covid-19

Enfermeiras relatam a incansável e emocionante jornada para imunizar a população

Nesta quarta-feira, 19 de janeiro, a cidade de São Paulo completa um ano de vacinação contra a Covid-19. A data marca o início da campanha Vacina Sampa, que teve ampla adesão da população. Graças à conscientização dos paulistanos e à dedicação de mais de 10 mil profissionais de saúde envolvidos na campanha, o município já aplicou mais de 25 milhões de doses de imunizantes antiCovid.

Além de garantir proteção coletiva, a imunização possibilitou o reencontro entre familiares, especialmente para os profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate à pandemia, como relata a enfermeira Evelyn Faye Costa, da Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim São Bento. “Tenho três filhos pequenos e meu marido pertence ao grupo de risco, a maior emoção foi tê-los de volta em casa depois de mais de 1 ano os vendo apenas aos finais de semana.”

Receber a vacina antiCovid pela primeira vez foi um momento de alívio e segurança para Evelyn, pois ela havia passado por uma internação de Covid-19 em agosto de 2020. “Foi maravilhoso receber uma proteção para diminuir as chances de viver aquela angústia novamente”, conta.

Graziely Moura, enfermeira da UBS Jardim Aeroporto, compartilha do mesmo sentimento e diz que encheu o coração de alegria ao ser imunizada. “Eu sabia que além da minha proteção individual, eu estaria protegendo os meus familiares e tantas outras pessoas que a gente convive direta ou indiretamente”, ressalta. Vale lembrar que inicialmente a campanha priorizou a imunização de profissionais de saúde, idosos e da população indígena.

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Até esta quarta-feira (19), a capital aplicou 25.136.168 de doses. Ao todo foram 10.718.526 primeiras doses (D1), 10.056.708 segundas doses (D2), 334.602 doses únicas (DUs) e 4.026.332 (DAs). Esses números permitiram a cobertura vacinal de 109,5% dos maiores de 18 anos com a D1 e de 104,2% com a D2.

Os adolescentes de 12 a 17 anos tiveram uma cobertura vacinal de 111,5% de primeira dose e 91,6% de segunda dose. Até o momento, 1.714.245 doses foram aplicadas nos jovens.

Na última segunda-feira (17), foi iniciada a vacinação das crianças de 5 a 11 anos de idade com comorbidades, deficiência permanente (física, sensorial ou intelectual) e indígenas aldeadas. Nos dois primeiros dias foram aplicadas 10.986 doses de vacinas contra a Covid-19.

Todo esse avanço só foi possível graças à ciência e aos profissionais de saúde que trabalham incansavelmente para imunizar a população.

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Emoções à flor da pele
O momento mais emocionante para Graziely durante esse primeiro ano de vacinação foi quando a filha de 12 anos finalmente foi vacinada. “Ela faz aniversário em setembro e foi logo depois que tinha sido liberada a vacinação para adolescentes. No dia do aniversário, a gente combinou para que ela se vacinasse naquele dia. Eu fiquei extremamente emocionada, senti que eu estava cuidando dela e que eu a estava protegendo de todas as formas que eu poderia. Esse momento foi muito especial.”

A atuação da gestão municipal no enfrentamento à pandemia e a ampla adesão da população à vacinação antiCovid fez de São Paulo a capital mundial da vacina. Uma das ações mais marcantes foi a Virada da Vacina Sampa.Foram 34 horas ininterruptas de vacinação contra a Covid-19 para jovens de 18 a 21 anos de idades com mais de 500 mil doses aplicadas.

Para Evelyn, participar da Virada é motivo de orgulho. “Fiz questão de ser escalada pois queria participar do momento histórico, mesmo que fosse para colocar meu nome no rodapé da história.”

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Graziely acredita que a atuação de seus colegas de profissão foi imprescindível para mudar o rumo da história. “A gente viveu momentos muito difíceis, já deixamos de cuidar de nós mesmos e dos nossos familiares em prol de algo maior. Que não deixemos de acreditar em dias melhores. Neste momento, temos a expectativa de que estamos chegando ao fim e um dia iremos olhar para trás e ver tudo o que vivemos nesses últimos tempos e será um assunto cotidiano e natural. Será uma lembrança difícil, mas uma lembrança de um momento que a gente superou", acredita.

Vacinas salvam vidas
Como resultado da ampla vacinação, o número de casos graves e internações diminuiu significativamente. Contudo, especialmente em razão da alta transmissibilidade da variante ômicron, prevalente na cidade no momento, ainda é necessário usar máscara cobrindo nariz e boca, evitar aglomerações e sempre higienizar as mãos e usar álcool em gel.

As pessoas que não se vacinaram, seja por medo ou por não acreditarem no imunizante, têm maiores chances de desenvolver quadros graves ao se infectarem, além de colocar em risco a vida das demais pessoas.

“Diante de tantas doenças erradicadas graças ao surgimento das vacinas, os números deveriam falar por si só. Nenhuma reação pós-vacinal se compara ao que a doença causa”, completa Evelyn.