Dia Nacional do Teste do Pezinho: conheça mais sobre o exame

Na cidade de São Paulo, a Prefeitura trabalha de forma gradativa para a ampliação de seis para 50 doenças triadas pelo teste

No calendário da saúde, o dia 6 de junho lembra uma data fundamental: é o Dia Nacional do Teste do Pezinho. Instituída com a criação do Programa de Triagem Neonatal, do Ministério da Saúde, em 2001, a data lembra a população sobre a importância da realização do exame, essencial para diagnosticar uma série de doenças metabólicas, genéticas ou endócrinas, de forma precoce, antes mesmo de aparecerem os primeiros sintomas.

Desde dezembro de 2020, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Política Municipal pela Primeira Infância e do Programa Municipal de Doenças Raras, está ampliando o número de doenças detectadas no teste feito em bebês nascidos nos hospitais e maternidades públicos da capital.

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De forma gradativa, a ampliação da detecção passa de seis para 50 doenças triadas pelo Teste do Pezinho, além de acesso a exames confirmatórios e agendamento de consulta com especialistas, assegurando a linha de cuidado para cada doença.

Na capital, o Instituto Jô Clemente (antiga Apae) é o serviço de referência em triagem neonatal, sendo responsável por capacitação e sensibilização continuada de todos os profissionais da saúde, monitoramento da qualidade e quantidade das amostras coletadas nos equipamentos de saúde, realização dos exames coletados e confirmação diagnóstica e pela busca ativa de responsáveis por crianças para as quais há necessidade de novos exames.

Foto de duas mãos femininas formando um coração em volta dos pezinhos de um bebê, que veste uma calça de tricô clara

O diagnóstico precoce detecta doenças genéticas, congênitas, infecciosas, erros inatos do metabolismo e da imunidade em bebês (Foto: Divulgação)

Triagem
Mensalmente, a capital registra em média o nascimento de 8.700 bebês pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para que todos passem pela Triagem Neonatal Ampliada – o nome técnico do Teste do Pezinho -, a Prefeitura realizará cerca de 52.200 exames por mês, em parceria com o Instituto Jô Clemente.

Com mais volume de exames, a rede municipal consegue ampliar a atuação preventiva desde o início da vida do indivíduo, com grandes chances de aumentar a expectativa de vida e diminuir mortalidade infantil na cidade, além de reduzir os custos na saúde.

Antes, era possível detectar apenas as doenças Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Anemia Falciforme e demais Hemoglobinopatias, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência Biotinidase. Com a ampliação, doenças como Toxoplasmose, Galactosemias e outras passarão a fazer parte da triagem de até 50 patologias no mesmo bebê, conforme a testagem realizada e a necessidade.

De acordo com a pediatra e diretora do departamento de Apoio à Atenção à Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, Athene Maria de Marco Mauro, a ampliação do exame de Pezinho vai proporcionar o diagnóstico precoce dessas doenças, evitando danos relacionados ao desenvolvimento neuropsicomotor, sequelas, internações e óbitos. “Com isso, poderemos reduzir a morbimortalidade infantil e proporcionar qualidade de vida para as crianças e suas famílias”, afirmou.

Por recomendação técnica, a coleta da amostra deve ocorrer após 48 horas de vida do bebê, de preferência nas maternidades públicas e em alguns casos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Desde 1976, quando foi implementado o Teste do Pezinho no Brasil, o Laboratório do Instituto Jô Clemente já triou mais de 16,5 milhões de crianças brasileiras. Somente em 2019, passaram pela triagem na instituição 395.281 bebês, totalizando 2.635.283 exames.