Novas variantes do coronavírus já representam 71,2% das amostras coletadas na capital

Estudo feito pela SMS e Instituto de Medicina Tropical da USP mostra que a cepa de Manaus representa 64,4% do total, enquanto a do Reino Unido incide em 6,8% dos testes

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) divulgou nesta sexta-feira (26) o resultado do Monitoramento de Novas Variantes do SARS-Cov-2. O estudo desenvolvido em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT/USP) aponta que 71,2% das amostras coletadas na capital são consideradas Variantes de Preocupação.

Os números mostram que 64,4% das amostras testadas de residentes no município de São Paulo foi P1 – Manaus. A nova variante do Reino Unido representou 6,8%. A pesquisa apresentou ainda 28,8% de outras linhagens do coronavírus.

No total, foram analisadas 92 amostras, coletadas na primeira semana de março. Destas, 73 eram de residentes na capital paulista e 52 foram consideradas Variantes de Preocupação (71,2%).

Na região Oeste da cidade, 88,9% das amostras testadas neste estudo são P1, seguida por Centro (70%), Leste (64,3%), Norte (58,8%), Sul (57,1%) e Sudeste (56,3%). Em todas as regiões do município há circulação da variante de Manaus.

O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, pontuou que hoje a SMS possui um ranqueamento das 468 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da capital. “Nós temos em cada uma das unidades um diagnóstico da doença e conseguimos, assim, concentrarmos ações específicas nas diversas áreas da cidade”.

Os dados do monitoramento mostram ainda o impacto da situação epidemiológica do município e a aceleração de casos de contaminação, em alta, especialmente entre pessoas de 20 a 54 anos, cujos casos concentram as novas variantes do vírus.

Segundo levantamento do Núcleo de Doenças Agudas Transmissíveis - Divisão de Vigilância Epidemiológica da Covisa, a Coordenadoria em Vigilância em Saúde da SMS, 30% dos casos suspeitos de Covid-19 entram na rede pela urgência e emergência, somente, entre o 5º e 6º dia de sintoma.

Em razão disso, novos protocolos foram adotados pela SMS, em que se pede que a população busque atendimento médico assim que identificar o primeiro sintoma de infecção ou síndrome gripal, para avaliação.

As novas medidas avaliarão a evolução da doença e determinarão como deverá ser feito o seu acompanhamento, com base em estudos clínicos de relevância científica, composto por teste RT-PCR e coletas laboratoriais.

“A mudança de protocolo é fundamental para identificar a presença do vírus e tratar os pacientes de forma precoce, evitando sua piora clínica”, salientou o médico Luiz Carlos Zamarco, secretário-adjunto.