Entenda o que é colesterol ruim e porque ele é prejudicial à saúde

Quando em desequilíbrio no organismo, o colesterol torna-se fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No Dia Nacional do Combate ao Colesterol (8), saiba por que é importante manter o seu colesterol em níveis de equilíbrio

O colesterol faz parte de um conjunto de gorduras necessárias para que o organismo possa exercer funções importantes em nossos corpos, como na formação e produção de determinados hormônios vitais e na manutenção e funcionamento normal de estrutura das células do cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração. Logo, o colesterol é uma gordura extremamente importante e necessário para o nosso corpo, mas precisamos de muito cuidado na hora de ingeri-lo e nos certificarmos que estão sendo consumidos de forma consciente e equilibrada para manter as taxas no nível sanguíneo dentro de valores da normalidade.

O colesterol é transportado no organismo por partículas chamadas lipoproteínas. Existem três tipos principais de lipoproteínas responsáveis por esse transporte, mais conhecidas como HDL, considerado “colesterol bom”, o LDL, “colesterol ruim” e o VLDL, considerado como um intermediário. Cada grupo isolado contribui para a redução ou aumento dos índices que é dado pelo colesterol total, isto é a soma dos tipos de colesterol.

Quando seu colesterol se encontra em desequilíbrio no organismo, ele se torna um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, e de certa forma contribui para o aumento da incidência de AVC, de morte súbita e doença coronariana e doenças das artérias vasculares periféricas. Logo, nível de colesterol alto é um importante fator de risco de morte.

O desenvolvimento dessas doenças não está associado somente ao aumento do colesterol, outros fatores de riscos contribuem direta ou indiretamente para esta situação, tais como: antecedentes familiares, obesidade, pressão alta, diabetes e tabagismo.

Vale lembrar que as doenças cardiovasculares são as principais causas de óbitos registrados anualmente no Brasil e no mundo. Estima-se que de cada 10 óbitos, três a quatro óbitos têm como causa doenças cardiovasculares.

Como é feito o diagnóstico do LDL (colesterol ruim)?

Qualquer pessoa acima dos 10 anos de idade deve dosar o colesterol através de exames de sangue (coleta simples) rotineiros. Se elevados, deve-se consultar um clínico ou em caso de crianças seguir orientações do pediatra para definir o risco cardiovascular individual e planejar um tratamento adequado. O diagnóstico de elevação do colesterol é feito de maneira simples, através do exame de sangue colhido no laboratório, que vai demostrar o nível do colesterol sanguíneo e suas frações HDL, LDL e VLDL.

Como funciona o tratamento?

Manter um estilo de vida saudável, bons hábitos de alimentação e a prática de exercícios físicos ajudam na redução do risco de infarto e AVC. Evitar o sedentarismo, alimentos com gordura saturada e não fumar devem ser medidas adotadas para quem quer evitar complicações por causa do colesterol alto.

Os alimentos que mais aumentam o colesterol são gema dos ovos, bacon, pele da carne das aves, manteiga, creme de leite, nata, frituras, salsichas, embutidos e carnes.

O tratamento para colesterol alto deve ser preventivo e para a vida toda. O objetivo é reduzir o risco cardiovascular. Não adianta tratar por um período e depois abandonar o tratamento, pensando em cura. Na verdade, não se busca uma cura e sim um controle que pode ser feito por uma melhora no seu estilo de vida ou com medicamentos.

Fator hereditário

A hereditariedade pode determinar um colesterol alto mesmo em pessoas que tenham hábitos saudáveis. Por isso, além das práticas de atividade física e da alimentação equilibrada é necessário verificar regularmente as taxas de gordura no sangue e, se necessário, utilizar medicamentos sob prescrição e acompanhamento médico.

O colesterol originado por causas genéticas é conhecido por Hipercolesterolemia Familiar e pode causar elevados níveis de LDL em crianças. Nestes casos, fazer dieta pode não ser suficiente e o acompanhamento pela pediatria é necessário para prevenir riscos a este grupo de crianças, principalmente quando existirem pessoas na família com o colesterol muito alto ou antecedente de infarto do coração ou morte súbita antes do 55 anos nos homens ou antes dos 60 anos nas mulheres.

O LDL é um fator de risco para a Covid-19?

O LDL elevado isoladamente não aumenta o risco em pacientes com Covid. O problema maior é que o LDL aumenta o risco em longo prazo, devido à formação crônica de processos ateroscleróticos e obstruções nos vasos sanguíneos levando a doenças cardiovasculares, e estas, sim aumentam o risco de morbimortalidade no paciente vítima de Covid-19.

O que temos no SUS para o tratamento do LDL?

A rede de assistência do município de São Paulo está preparada para o atendimento ao paciente portador de colesterol elevado. O paciente tem disponível o atendimento multiprofissional envolvendo médicos, enfermeiros, nutricionistas e demais profissionais. O SUS fornece para todos os pacientes que necessitem de tratamento o medicamento para baixar o colesterol ruim, como também programas de acompanhamentos e monitoramento das doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, tabagismo, obesidade, hipertensão e dislipidemia).

Porta de entrada para doenças vasculares

O excesso de LDL causa doenças vasculares porque se deposita na parede interna das artérias e gradualmente vai formando uma placa chamada ateroma, que acaba com o tempo levando à obstrução do vaso e podendo causar infarto agudo do miocárdio e AVC.

O outro tipo de colesterol – HDL (popularmente conhecido como colesterol bom), por outro lado, até protege das doenças cardíacas e cerebrais como infarto e AVC. Por isso, quando medimos o colesterol total precisamos sempre saber o quanto se deve ao colesterol bom e o quanto se deve ao ruim.

Leva-se muitos anos para uma placa de ateroma se desenvolver e, com isso, provocar infarto ou AVC. Quanto mais avançada a idade, maior o risco do desenvolvimento. É muito importante, então, manter também os outros fatores de risco tradicionais bem controlados. Além dos níveis de LDL, você também deve controlar seus níveis de glicose, pressão, parar de fumar e reduzir o peso, quando em excesso.