Desafio na internet incentiva tratamento de HIV/Aids

Vídeo compartilhado nas redes sociais mostra pessoas vivendo com HIV em terapia antirretroviral

Por Thiago Pássaro

Por conta da quarentena de prevenção ao novo coronavírus, as pessoas têm recorrido a quizzes e correntes nas redes sociais como forma de entretenimento, enquanto ficam em casa. Entre esses conteúdos estão os desafios, que ganharam ainda mais visibilidade e adesão dos internautas. Um deles é o #PositiveChallenge, lançado na segunda-feira (13) por um grupo de pessoas vivendo com HIV/Aids (PHVA). A proposta lançada nas redes sociais é para que gravem um vídeo tomando a medicação contra o vírus. A participação pode ser tanto individual quanto coletiva, em edição de vídeos compilados. O post nas redes sociais é com a #PositiveChallenge, para ajudar a encontrar outros conteúdos semelhantes na internet.

O desafio incentiva a adesão à terapia antirretroviral, também chamada de TARV. Gabriel Comicholi, que liderou essa iniciativa, explica que “a ideia foi reunir todo mundo que fala ou milita sobre HIV/Aids para mostrar que existem muitas pessoas vivendo com HIV e que essas pessoas vivem bem por conta do tratamento".

Para ele, essa ação pode “naturalizar e humanizar o HIV cada vez mais para que as pessoas se sentissem representadas”, sobretudo aquelas que não podem revelar sua sorologia por diferentes motivos.

A adesão ao tratamento é importante para garantir que as pessoas vivendo com HIV/Aids cheguem à carga viral indetectável, quando a quantidade de vírus no corpo é baixa. Isso garante melhor qualidade de vida e também evita que o vírus seja transmitido nas relações sexuais, desde que a carga viral se mantenha indetectável por pelo menos seis meses. É o chamado I=I, ou seja, indetectável é igual a intransmissível.

Retirada de medicamentos da TARV é ampliada para 120 dias durante a pandemia de coronavírus

Para manter o I=I, no entanto, o tratamento não pode parar e, de preferência, começar o quanto antes. Por isso a testagem regular para HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) também é fundamental. Como o vírus causador da Aids e as ISTs têm sintomas e sinais imperceptíveis, fazer os testes é a maneira mais eficaz de ter o diagnóstico precoce.

Os testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C podem ser realizados na cidade de São Paulo na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais perto de casa ou em qualquer um dos 26 serviços da Rede Municipal Especializada (RME) em DST/Aids. A relação das unidades da RME está disponível no site do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo.

Em caso de positividade para HIV, o paciente já inicia a TARV e passa pela primeira consulta ainda no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) em DST/Aids. Depois, é encaminhado para acompanhamento no Serviço de Atenção Especializada (SAE) em DST/Aids. Se a testagem aconteceu numa UBS ou numa ação de prevenção na rua, o paciente é encaminhado para o SAE de preferência. Agora, se o exame foi realizado no próprio SAE, a pessoa pode escolher continuar o acompanhamento no serviço ou ir para qualquer outro SAE da capital paulista.

O tratamento para HIV é gratuito e exclusivo do Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, cerca de 47 mil pessoas estão em seguimento para atendimento de HIV/Aids na RME DST/Aids e 95% das pessoas que estão em uso da TARV já estão indetectáveis.

Confira abaixo um dos vídeos do #PositiveChallenge