Práticas musicais nos serviços de saúde promovem bem-estar para pessoas de todas as idades

Por ser uma linguagem universal, a música pode auxiliar no tratamento de diversas doenças e a terapia baseada nessa prática integrativa já está disponível em algumas unidades de saúde do município

 PraCegoVer: numa sala do Centro de Convivência e Cooperativa (Cecco) Santo Amaro, os pacientes estão sentados, cada um com uma folha de papel nas mãos, enquanto a musicista toca ao teclado musical. Pacientes do Centro de Convivência e Cooperativa (Cecco) Santo Amaro, participam da Oficina de Música e Canto

 

Por Keyla Santos
Colaborou Patrícia Ribeiro Torres (CRS Sul)

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Paulo oferece em algumas de suas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e serviços de saúde, as práticas musicais para a promoção da saúde. A atividade está em fase inicial na rede municipal e consiste em capacitar os músicos e cantores que atuam nas unidades para esta atuação nos equipamentos de saúde. “A música é uma linguagem universal e beneficia distintos problemas de saúde”, explica o responsável pela área técnica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), Emílio Telesi Jr.

Para saber quais UBS e serviços de saúde estão próximos a você, acesse o Busca Saúde.

Segundo Telesi, tanto as práticas musicais como a musicoterapia – esta ainda não disponível na rede municipal de Saúde - são indicadas para todas as pessoas, “desde o bebê que ainda está no útero materno até as pessoas com 112 anos de idade”, afirma.

Música para tratar doenças da mente

No Centro de Convivência e Cooperativa (Cecco) Santo Amaro, a oficina de Música e Canto auxilia os pacientes em tratamento de transtornos mentais, promovendo a inclusão, a socialização e a convivência entre os pacientes.

PraCegoVer: A fonoaudióloga e musicista, Cecília Crepaldi abraça o paciente Roberto Silveira. À frente deles está o teclado musical.
Cecília e Roberto celebram os benefícios conquistados por conta das práticas musicais

 

Para a fonoaudióloga e musicista, Cecília Crepaldi, a ressocialização dos pacientes é o foco dessa atividade. “Favorecer a convivência entre eles melhora a autoestima, a tolerância, a paciência. O resultado é um resgate da identidade deles e trabalhamos ainda a timidez de alguns pacientes, assim como a agitação de outros”, explica a especialista.

As práticas musicais já beneficiaram o paciente Roberto Silveira, que tem gagueira e participa dos grupos musicais há cinco anos. “Eu consegui melhorar minha dicção depois das aulas de música e percussão, me sinto feliz e incluído. Quando estou com depressão, converso com a psicóloga e com amigos que fiz aqui”, comemora.

Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS)

Atualmente, na cidade de São Paulo há mais de 400 Unidades e Serviços de Saúde que oferecem as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). São mais de 60 mil participantes por mês que fazem práticas corporais e meditativas, além dos atendimentos em homeopatia e acupuntura.

As práticas corporais e meditativas são instrumentos poderosos para a promoção da saúde e podem ser usadas como coadjuvantes no tratamento de várias doenças. As atividades corporais e meditativas são abertas a toda a população. Não há necessidade de agendamento. Basta chegar e se integrar ao grupo. No caso da homeopatia , basta a pessoa procurar a unidade e pedir agenda para o médico. Para a acupuntura, exige-se o encaminhamento médico para avaliar melhor a real necessidade do paciente.