São Paulo amplia para 21 o número de unidades municipais de saúde com a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV

Desde o início do mês, 10 Serviços de Atenção Especializada (SAEs) em ISTs/Aids passaram a contar com a moderna tecnologia de prevenção ao vírus da aids

Por Thiago Pássaro

A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) ao HIV agora pode ser encontrada em 21 unidades municipais de saúde de São Paulo. Desde o início do mês, a moderna tecnologia de prevenção ao vírus da aids já está disponível em mais 10 Serviços de Atenção Especializada (SAEs) em infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)/Aids da capital paulista.

“A PrEP é uma importante forma de prevenção ao HIV, principalmente para as pessoas que estão mais vulneráveis. Por isso a importância de não só expandirmos o número de unidades, mas também de ampliarmos cada vez mais o acesso à profilaxia”, diz Cristina Abbate, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids (PM DST/Aids), da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de São Paulo.

O destaque da ampliação é a chegada da PrEP ao centro da cidade, no SAE Campos Elíseos, e também em outros pontos do município, como na região Sudeste, com os SAEs Vila Prudente (Shirley Mariotti Gomes Coelho) e Ipiranga (José Francisco de Araújo); zona Norte: SAEs Nossa Senhora do Ó e Santana; zona Oeste: SAE Lapa; zona Sul: SAEs Santo Amaro (Dra. Denize Dornelas de Oliveira), Jardim Mitsutani e M’Boi Mirim e ainda no extremo da região Leste, no SAE Cidade Líder II.

A PrEP consiste no uso diário de medicamentos antirretrovirais para prevenir o HIV antes mesmo de uma possível situação de risco de infecção. Em relações sexuais anais, a profilaxia começa a ter efeito protetivo após sete dias da ingestão do comprimido. Nas relações vaginais esse tempo aumenta para 20 dias.

A orientação é que a camisinha continue a ser usada, pois a profilaxia previne o HIV e não as demais infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) nem uma gravidez não planejada.

O Ministério da Saúde indica a PrEP para pessoas em situação de maior vulnerabilidade de infecção ao vírus, como gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), travestis e transexuais, profissionais do sexo e casais sorodiferentes, quando um dos parceiros vive com HIV e o outro não.

Breve histórico

A moderna tecnologia de prevenção ao HIV foi lançada no Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade de São Paulo há pouco mais de um ano, em 18 de janeiro de 2018. À época, a PrEP estava disponível inicialmente em cinco serviços, sendo os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) de Santo Amaro (zona Sul) e de Pirituba (zona Norte) e nos SAEs Ceci (zona Sudeste), Butantã (zona Oeste) e Fidélis Ribeiro (zona Leste).

Em outubro do ano passado, houve uma expansão para mais seis unidades: CTAs de São Miguel, Sérgio Arouca e São Mateus (zona leste) e os SAEs Herbert de Souza (Betinho) e Penha (ambos na zona Sudeste), além do SAE Dutra (zona Sul).

Prevenção Combinada

A Profilaxia Pré-Exposição faz parte de um conjunto de métodos de prevenção ao HIV e às outras ISTs, chamado de Prevenção Combinada. A proposta é que as pessoas tenham mais autonomia e outras opções de prevenção para serem utilizadas preferencialmente em conjunto, de acordo com o contexto de vida e os desejos de cada um.

Estão inclusos a camisinha, a Profilaxia Pós-Exposição (PEP) – que deve ser iniciada em até 72h após situações em que houve o risco de infecção do HIV, como o preservativo ter saído, rompido ou não utilizado –, testagem, tratamento, vacinação contra o HPV e hepatite A e B, entre outros.