Prefeitura de São Paulo

Por Nilson Hernandes
Foto Edson Hatakeyama
Edição Cármen Ludovice

No mês da Mulher, uma personagem da vida real merece destaque pela superação de sua condição de vida: Viviane Oliveira Santos, 41 anos, que graças à sua força de vontade e à dedicação dos profissionais do APD – Programa Acompanhante da Pessoa com Deficiência Tucuruvi – da Coordenadoria Regional de Saúde Norte e gerenciado pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS), há quatro meses conquistou sua tão sonhada inserção no mercado formal de trabalho.

É de sonho...

Criada no Jardim Apuanã, um território com alto índice de vulnerabilidade social na periferia da zona Norte paulistana, Viviane sempre teve de superar sua deficiência intelectual e física. Longe dos estudos, vivia com o pai idoso, quatro sobrinhos, o irmão e uma cunhada, dividindo seu tempo entre os afazeres domésticos em sua própria casa e também nas dos vizinhos e o recolhimento de material reciclável para juntar algum dinheiro.

Mas em 2014 seu sonho começou a se tornar realidade após chegar ao APD Tucuruvi. Com a ajuda da acompanhante de saúde Erica Gouveia e demais profissionais do APD, a enfermeira Irami Gois; a psicóloga Carolina Miranda; a terapeuta ocupacional Sharleny Pachi; e o fonoaudiólogo Fabio Rosa de Jesus – Viviane começou a ganhar autonomia ao superar suas deficiências física e mental e conquistou seu espaço na sociedade. Com isso, declinou, diante de um juiz, do direito ao Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência, concedido pela Previdência Social, por preferir ir à luta para conquistar um emprego formal.

...e de luta

Ano passado, graças a uma parceria entre o serviço de saúde e o Instituto de Tecnologia Social, por meio do projeto Emprego Apoiado, que tem como objetivo inserir as pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho, Viviane arrumou um emprego como atendente em uma drogaria de uma grande rede varejista do setor em Pinheiros, na zona Oeste da Capital.

... a conquista da autonomia

“Adoro o meu primeiro emprego e estou muito feliz por conviver com meus colegas de trabalho, tanto que fico triste todos os dias quando chega a hora de ir embora”, confessa, emocionada, a debutante laboral Viviane, que acrescenta: “desde quando comecei a trabalhar, tenho gostado mais de mim mesma”.

Essa autonomia conquistada por Viviane por conta da sua força de vontade e potencializada pela intervenção da equipe do APD a motivou a alçar voos mais altos. “Saio do trabalho às 16h15 e vou para casa jantar, trocar de roupa e sair para estudar no EJA Tucuruvi – Educação de Jovens e Adultos. Antes só sabia riscar bolinhas e risquinhos, agora já consigo entender as letras. Logo, logo vou ler tudo”, afirma a eufórica estudante.

Atualmente, o Programa Acompanhante da Pessoa com Deficiência (APD) Tucuruvi atende setenta usuários oriundos do sistema de saúde municipal de São Paulo e também os que procuram diretamente o serviço de saúde.