Dez anos de Programa Ambientes Verdes e Saudáveis marca mudança de paradigmas da população paulista

Programa estimula a inclusão e conscientização de atitudes que favorecem a proteção ambiental, para melhoria da qualidade de vida no cotidiano

 

Por Keyla Santos
Fotos: Tatiana Ferreira

 

O Programa Ambientes Verdes e Saudáveis (PAVS) completa uma década na cidade de São Paulo. As equipes de agentes de promoção ambiental (APAS) atuam em 274 unidades básicas de Saúde (UBS) com estratégia saúde da família (ESF). O evento para celebrar esse marco ocorreu na manhã desta segunda-feira (13), no teatro da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas (APCD), zona Norte da capital. As Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS), apresentaram as experiências exitosas realizadas em cada região, assim como o balanço de 2015.

O PAVS é uma Política Pública para fortalecimento das ações de promoção da saúde, no âmbito da Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). O programa estimula a inclusão e conscientização de atitudes que favorecem a proteção ambiental, para melhoria da qualidade de vida no cotidiano da população. É uma ação intersecretarial com parceria das secretarias municipais da Saúde, Verde e Meio Ambiente e Assistência e Desenvolvimento Social.

Qualificação da Atenção Básica

 

De acordo com a coordenadora da Atenção Básica, Rejane Calixto Gonçalves, ao longo desses dez anos, o PAVS tem sido fundamental para a Atenção Básica. “As ações desenvolvidas no programa mudam efetivamente a vida das pessoas e mudam para melhor. Isso qualifica nossa Atenção Básica com ações de promoção de saúde, que refletem diretamente na vida das pessoas na medida em que elas executam as ações e quando mudam seu estilo de vida, seja na promoção de saúde ou na sustentabilidade”, disse Rejane.

De 2009 a 2015 as equipes dos PAVS realizaram 81.111 palestras, cursos/oficinas com 184.539 pessoas envolvidas; 2.312 ações educativas e 117.241 de pessoas envolvidas no âmbito do Programa Saúde na Escola (PSE); 96.801 visitas Socioambientais Domiciliares (VAD); 9.086 mudas de árvores plantadas; 539 espaços revitalizados, 205 hortas implantadas; 102.179 quilos de pilhas, 282.958 litros de óleo de fritura e mais de 1.000 toneladas de papel e papelão coletados e encaminhados para reciclagem.

PAVS é inovação na cidade de São Paulo

O secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, destacou o caráter inovador do projeto. “O programa é mais uma inovação da cidade de São Paulo, onde temos agentes de prevenção que trabalham junto com os agentes comunitários de saúde, com as equipes de saúde da família nos territórios, nos bairros, nas comunidades. Eles mostram para a população, para as crianças nas escolas, para a sociedade como um todo que é possível ter uma vida mais saudável cuidando do meio ambiente. Por meio do PAVS, unidades de saúde têm horta (hoje são mais de 100 unidades que têm horta), realizam atividades de práticas integrativas corporais, estimulam a atividade física nos parques da cidade e até atuam em cuidados específicos, como a luta contra a dengue, o controle do Aedes aegypti. Não seria possível reduzir em mais de 80% os casos de infecção pelo Aedes sem a atuação firme dos agentes de prevenção ambiental do PAVS”, afirmou Padilha.

No PAVS são desenvolvidos projetos e atividades socioambientais localmente identificadas e priorizadas, sobre o território, abordando os seguintes eixos temáticos: Água, Ar e Solo; Gerenciamento de Resíduos Sólidos; Agenda Ambiental na Administração Pública; Revitalização de Espaços Públicos; Cultura e Comunicação; Horta e Alimentação Saudável, Biodiversidade e Arborização.

 

Mudança de paradigmas

Para a médica sanitarista e membro da equipe técnica do PAVS, Yamma Mayura Duarte Alves, o programa só foi possível e segue trazendo resultados, porque a SMS acolheu o projeto e o inseriu na Atenção Básica. “Parabenizo a Secretaria Municipal de Saúde por estar à frente de outros municípios com o programa de, efetivamente, promoção de saúde na Atenção Básica, fortalecendo-a diariamente com ações de promoção de saúde. É um programa inovador, inédito em São Paulo. O PAVS muda paradigmas”, comentou Yamma.

“O trabalho dos agentes comunitários de saúde é capaz de fazer revolução”, afirmou a diretora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UNB) e que foi membro da equipe executiva do projeto do PAVS, do Núcleo de Estudos de Saúde Pública da UNB, professora, doutora Maria Fátima de Sousa.

Além dos agentes de prevenção ambiental (APAS), de profissionais das Supervisões Técnicas de Saúde (STS), participaram do evento os coordenadores regionais de saúde das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS): Alberto Alves Oliveira (CRS Norte); Alexandre Nemes Filhos (CRS Oeste); Claudia Maria Afonso de Castro (CRS Leste); Clóvis Silveira Junior (CRS Centro); Karina Barros Calife Batista (CRS Sudeste); Tânia Zogbi Sahyoun (CRS Sul); o médico epidemiologista da SMS, Hélio Neves; doutora adjunta do departamento de Políticas Públicas e saúde coletiva da Universidade Federal de São Paulo (campus baixada santista), Rosilda Mendes; membro da equipe do curso de Educação para o Desenvolvimento Sustentável do Centro Internacional Carta da Terra.