Secretaria Municipal da Saúde

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Sexta-feira, 5 de Fevereiro de 2016 | Horário: 19:19

Beneficiários do ‘De Braços Abertos’ desfilam em bloco de Carnaval criado por eles

Blocolândia contou com participação cerca de 500 pessoas entre usuários, beneficiários e profissionais dos serviços de saúde e assistência que atuam no território

Por Mariana Bertolo


Nesta sexta-feira (5), o Blocolândia, bloco de Carnaval formado por beneficiários do Programa De Braços Abertos e dependentes químicos que vivem na Cracolândia, localizada na região central da capital, desfilaram pelas ruas do entorno do fluxo, local de concentração de usuários de crack.


Criado no ano passado, por meio de um projeto que promove oficinas de cultura, artística e de política na região, a proposta incentivou as habilidades das pessoas que vivem ali, entre elas a simpatia pelo samba. O Blocolândia foi batizado pelos próprios usuários, em assembleia, e em 2015 teve a participação de 80 beneficiários e usuários.


Neste ano, além dos beneficiários ritmistas, o bloco contou com a bateria Coração Valente e levou cerca de 500 pessoas para o desfile. Entre eles estavam usuários, beneficiários, profissionais dos serviços de saúde, da assistência social do município e do estado que atuam no território.


‘Resgate da idenrtidade’


Fundador do bloco e beneficiário do Programa De Braços Abertos, MC Comunidade, de 39 anos, é dependente químico desde os 14 anos e, segundo ele, está “há muitos anos na Cracolândia”. Participava das oficinas e ficava apitando, pensando no que poderia melhorar aquela comunidade. “A criação do bloco representa o resgate da identidade. Hoje, a Cracolândia não tem só crack, tem samba, alegria”, afirma.


O projeto de oficinas é promovido por uma organização não governamental que possui convênio com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Para Miro Rolim, coordenador das atividades e redutor de dados atuante desde 2014 no território, o foco não possui apenas o significado de festividade, mas sim, para trazer essas pessoas de volta a sociedade.


“O bloco traz a possibilidade de mostrar que, aqui na Cracolândia, não existem só usuários de crack, mas também músicos, artistas, poetas. O estigma criado para essas pessoas é surrupiado com ações como essas, que trazem de volta a felicidade, autoestima e diversão para todos”, afirma.

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