Por Felipe Aires
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),cerca de 35% da população brasileira tem alergia. A doença é a quinta maior causa de internações no SUS. Com a chegada do inverno e o crescente aumento do índice de poluição, manifestações alérgicas tornam-se mais comuns. Por isso, o Dia Mundial da Alergia – comemorado nesta quarta-feira (8) - tem por objetivo alertar a população quanto aos riscos provenientes dadoença.
A alergia ocorre quando o organismo responde de uma maneira exagerada aos estímulos comuns do ambiente - elementos do ar, alimentos e medicamentos. Prevenir, diagnosticar e tratar cada tipo de alergia é o maior desafio enfrentado pelos especialistas.
Segundo Renata Gonçalves, médica alergologista interlocutora da Saúde da Criança na Supervisão Técnica Capela do Socorro, para identificar o problema deve-se procurar atendimento médico: “O médico vai avaliar o quadro com uma história clínica detalhada, verificando os sintomas relevantes, perguntando sobre antecedentes pessoais e familiarespara detalhar melhor o diagnóstico. Podem ser realizados exames laboratoriais e testes alérgicos, como o teste cutâneo de leitura imediata, realizado principalmente para verificar alergia a inalantes e alimentos. Há também o teste de contato, para auxiliar no diagnóstico das dermatites de contato”.
Segundo a médica, os quadros alérgicos podem se manifestar de diversas formas. Aparecem tanto com sintomas cutâneos como sintomas respiratórios ou quadros gastrointestinais. “Dentre os sintomas, temos obstrução e coceira nasal, espirros, falta de ar, tosse e cansaço no caso de alergia respiratória. Quando os sintomas são cutâneos, há urticária, pele seca, coceira na pele, inchaço e descamação. Para sintomas provenientes de alimentos, ocorrem diarreia, vômitos e flatulência, geralmente ligada a algum alimento. Medicamentos, insetos e pelos de animais também são propícios a provocar alergia”, afirmou a alergologista.
Tipos de alergia
A alergia respiratória contribui para a rinite, sinusite e asma. Elas são as alergias respiratórias mais comuns. Podem ser provocadas por poeira, pelos de animais, cheiro de cigarro ou fumaça, mofo, mudança brusca do tempo, gripe ou resfriado, determinados medicamentos e poluição atmosférica. “Com o inverno, os casos alérgicos tornam-se mais corriqueiros, pois as pessoas ficam por mais tempo em locais fechados, utilizam roupas por muito tempo guardadas, que possuem maior concentração de ácaros e mofo e desencadeiam alergias de pele e respiratória”, disse Renata.
A alergia alimentar ocorre normalmente na infância. Porém, este tipo de alergia pode acontecer em qualquer estágio da vida, já que qualquer alimento novo que comemos pode desencadear reação alérgica. Muitas crianças se livram das alergias a alguns alimentos no decorrer do crescimento. Contudo, amendoim, frutos do mar e frutas secas tendem a perpetuar o problema por causa das substâncias contidas nesses alimentos. Diarreia, vômitos, inchaço ou coceira nos lábios são alguns dos principais sintomas de alergia a alimentos.
Para Renata é importante que o alérgico se previna. Ela ressaltou que “cuidados como manter a casa limpa, arejada, bem ventilada, hidratar a pele após o banho, banhos curtos e com a temperatura morna - dentre outras medidas -, são importantes mudanças que influenciam no surgimento da alergia e ajudam a prevenir”. “Seguir as orientações de um especialista e cuidar-se. Essas são as dicas para quem apresenta algum tipo de quadro alérgico”, disse.