Prefeitura de São Paulo

A enfermeira Fernanda Soares conversa com feirante sobre a tuberculose

Texto e foto por Felipe Aires

Com a missão de reforçar a busca de possíveis pacientes de tuberculose, os agentes de saúde da UBS Vila Calu (M'Boi Mirim), prepararam uma estratégia de guerra. No dia 25 de Março, eles pegaram panelas e megafone e foram às ruas do bairro para chamar a atenção dos moradores, descobrir possíveis casos da doença e fazer o teste do Bacilo de Koch (BK) instantaneamente.

A tuberculose é uma doença contagiosa, causada pelo Bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis). Se não for tratada pode levar à morte. É importante preveni-la e diagnosticá-la precocemente. Existe até um dia para combater e conscientizar sobre a doença: 24 de Março.

Neli da Silva, gerente da UBS Vila Calu, disse que o objetivo do panelaço é acordar, literalmente, a população. “As pessoas não têm ideia do que é a tuberculose, até mesmo por se tratar de uma doença invisível. Fazemos o panelaço há 5 anos e buscamos encontrar contaminados para podermos diminuir a transmissão de BK”, disse Neli.

De porta em porta

Dois grupos, divididos em cerca de 13 pessoas cada, bateu panelas e acordou os moradores. De porta em porta, fizeram perguntas referentes à doença. Conforme cada resposta, os agentes de saúde orientaram e informaram os moradores e, dependendo da situação, solicitavam permissão para poderem fazer o teste.

“Nosso trabalho é prevenir e promover a saúde. Não é nada fácil, mas cada vez que vemos um morador se conscientizar e também se livrar das doenças, sinto que meu trabalho valeu à pena”, disse Elba da Silva, auxiliar de enfermagem e participante do panelaço.

Intervenção em feira livre

No dia 27 de março foi a vez da equipe da UBS Jardim Santa Margarida ir até uma feira livre do bairro para conversar e entregar folhetos educativos para os feirantes e comunidade. A ação, denominada de “Xô TB”, teve início às 10h e durou cerca de duas horas.

Fernanda Odare Soares, enfermeira responsável pela ação, explica a importância da intervenção. “A tuberculose é uma doença invisível, e quanto mais rápida for tratada melhor será, até porque um infectado é capaz de infectar muitas outras pessoas e estará fazendo isso sem nem desconfiar. Identificando infectados com antecedência, podemos salvar vidas. Existem pacientes que temos que ir lá buscar, senão eles ou não sabem o que fazer ou não se preocupam com a doença e a existência dela. É muito complicado, mas se a comunidade abraçar a causa, como vem abraçando, podemos atingir nossos objetivos”, disse.

A tuberculose ataca principalmente os pulmões. Na quase totalidade dos casos, há cura se o tratamento for feito de forma adequada pelo tempo mínimo de seis meses. A doença é transmitida pelo ar e causa tosse, acompanhada ou não de escarro. A busca ativa é feita permanentemente nas Unidades Básicas de Saúde ao longo do ano. Qualquer dúvida, procure a UBS mais perto da sua casa.