Seis milhões de brasileiras têm endometriose

Doença afeta 15% da população feminina em idade reprodutiva

Por Caroline Pellegrino

De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) têm a doença. Antigamente, considerava- se que a maior frequência de endometriose ocorria após os 30 anos. Mas, com a evolução dos exames de imagem, observa-se a presença da doença entre mulheres mais jovens, inclusive adolescentes. Em 5% dos casos o problema pode ocorrer ou persistir após a menopausa.

A endometriose manifesta-se no endométrio, que reveste o útero internamente. Quando a mulher engravida, ele permanece intacto durante toda a gestação. Caso contrário, descama e é eliminado juntamente com o sangue menstrual. A cada ciclo ele se refaz. A endometriose ocorre quando o endométrio não se limita ao útero e se espalha para outros órgãos como bexiga, intestino, ligamentos uterinos e o ovário.

A mudança no tipo de vida das mulheres (mais integradas ao mercado de trabalho e à vida acadêmica) tem favorecido o aumento do problema. Elas estão menstruando mais vezes, pois o início da menstruação tem sido mais precoce. O fato de as mulheres adiarem cada vez mais a primeira gravidez e também engravidarem com menor frequência, contribuiu para o aumento da incidência da doença.

Também existem fatores ambientais que provocam a doença. Entre eles estão a combustão de poluentes (emitidos por carros e indústrias) que acumulam toxinas (dioxina) nos tecidos gordurosos e as tendências genéticas de parentes de primeiro grau. "Vale ressaltar que a endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina, seja em decorrência do quadro inflamatório, seja pelas alterações anatômicas que pode acarretar", afirma Geraldo Maurício Nadai, ginecologista e obstetra do Hospital Municipal Maternidade Escola de Vila Nova Cachoeirinha. Segundo ele, .o diagnóstico precoce é essencial para evitar a infertilidade.

Cuidados

O principal cuidado para detectar a endometriose é procurar um ginecologista sempre que houver dor menstrual significativa e/ou dor no ato sexual. “Comprovadamente, mulheres com hábitos de vida mais saudáveis e que praticam atividade física regularmente respondem melhor ao tratamento”, completa Nadai.