Secretaria Municipal da Saúde

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Terça-feira, 20 de Janeiro de 2015 | Horário: 17:18

Dia Nacional do Farmacêutico

Dia 20 de janeiro é dedicado a quem pensa na sua saúde

Por William Amorim

“Todas as profissões tem o seu dia, data especial para comemorar o ideal abraçado. Por que não temos o nosso ‘Dia’?”. Foi com esse questionamento, feito pelo farmacêutico Oto Serpa Grandado no dia 7 de janeiro de 1941, em uma reunião na Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF), que surgiu a ideia de criar um dia para celebrar esta profissão da área da saúde.

Muitas vezes o farmacêutico é tachado como atendente de farmácia ou confundido com um médico, já que muitas pessoas o procuram para prescrever medicamentos. Mas a função deste profissional vai muito além. Ele precisa dominar o conhecimento sobre o medicamento da sua síntese, produção, distribuição, logística, acesso, efeito e toxicidade, pesquisar e preparar produtos de higiene pessoal e cosméticos, atuar em laboratórios de análises clínicas e realiza exames clínicolaboratoriais e toxicológicos.

O farmacêutico de formação Laurentino Elias, que trabalha como gerente de atuação de serviços ambulatoriais da microrregião de M’Boi Mirim pelo parceiro CEJAM, explica a importância da atuação desses profissionaiso dentro de uma unidade de saúde: “Os pacientes necessitam saber dos efeitos esperados de um medicamento. Alguns deles têm mais dificuldades de aceitação da terapêutica, como os usuários com déficit cognitivo, idade avançada ou de entendimento por analfabetismo. Nestes casos, o farmacêutico usa artifícios como desenhos que remetam à lembrança do horário que se deve tomar o medicamento”.

Sem dúvidas, o farmacêutico é uma peça essencial para a manutenção, prevenção e promoção da saúde. Seja trabalhando em farmácias, clínicas ou em centros de pesquisa, ele possui grande importância no setor. Nada mais justo, então, do que atender ao pedido que Oto Serpa fez no passado e celebrar o 20 de janeiro como o dia do farmacêutico.

O farmacêutico dentro de uma unidade de referência secundária

Merciana Tereza Carvalho Vandeveld é farmacêutica da rede e atua no Centro de Referência DST AIDS de Santo Amaro desde outubro de 1996. Com longa experiência na área pública - está na Prefeitura desde 1991 - , a profissional afirma que para atuar em unidades de referência secundária, o farmacêutico precisa ter bom conhecimento técnico e legal dos Protocolos de tratamento de Aids e DSTs.

A profissional garante que o farmacêutico é um profissional multifuncional, pois desempenha vários papéis dentro de uma unidade: cria programa de estágio, importante para a formação de novos profissionais farmacêuticos. É ele que organiza a Assistência Farmacêutica, garantindo o acesso do paciente ao medicamento, gerenciando toda a logística de abastecimento, proporcionando à população medicamentos essenciais e supervisionando todos os atendimentos efetuados pela equipe da farmácia.

A farmacêutica explica que há vários casos de pacientes que chegam na unidade com múltiplas infecções oportunistas e, por isso, fazendo uso de polifarmácia, o que exige cuidados e atenção do farmacêutico. “Tenho uma mãe cujo filho, paciente de aids, entrou na unidade e recebeu uma prescrição com quase 13 itens com posologias diferentes e necessitavam de orientações específicas (como tomar em jejum e outros com alimentos). Sentamos juntas, eu e a mãe deste paciente, e fiz um mapa de horários, explicando hora a hora do dia e encaixando os medicamentos conforme sua posologia e melhor forma para absorção, e hoje seu filho melhorou muito. Sempre que eu os atendo, ela volta a me agradecer pelas orientações”, afirmou cheio de orgulho a profissional.

Cuidados com a automedicação

O farmacêutico é quem realiza o atendimento pessoal ao paciente, fazendo a Atenção Farmacêutica, orientando as interações medicamentosas e alertando para os riscos do uso inadequado que levam à resistência ao esquema terapêutico em casos de falta de adesão.

Merciana explica que no caso específico dos pacientes com aids é muito arriscado o uso de qualquer medicamento. Até mesmo chás podem interagir com os antiretrovirais, alterando a sua absorção e possibilitando a resistência viral.

Por isto, o farmacêutico é peça chave para o acesso e uso racional dos medicamentos. Assim, não deve haver nenhuma unidade de referência no atendimento aos pacientes com AIDS sem farmacêutico, pois o sistema de dispensação de medicamentos antirretrovirais SICLOM (Sistema de Controle Logístico Medicamentos), do Ministério da Saude, necessita de um farmacêutico responsável.

 

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