Secretaria Municipal da Saúde

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Terça-feira, 2 de Dezembro de 2014 | Horário: 18:27

Prefeitura realiza Capacitação no Processo de Doação e Transplante

Curso capacitará 40 profissionais indicados por oito hospitais municipais

Por Keyla Santos

A busca por doador é sempre um drama para quem precisa de um órgão. Como forma de agilizar este processo, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e em parceria com o Hospital do Rim e Hipertensão – Fundação Oswaldo Ramos, realiza nesta quarta-feira (03/12) o curso “Capacitação no Processo de Doação e Transplante”. A realização de transplantes é uma atribuição da Rede Estadual de Saúde.

A principal finalidade do curso é capacitar pessoas para identificar pacientes com morte encefálica, firmar o diagnóstico por meio de organizações que buscam órgãos e dar andamento ao processo de doação. Em 2013 foram registrados 14.113 mortes em 15 hospitais municipais. Desse total, 174 foram notificados como morte encefálica, sendo que apenas 62 foram doações efetivas (leia mais na tabela abaixo). A Prefeitura visa elevar em 10% o número de doadores ligados à rede Pública Municipal.

O curso capacitará 40 profissionais indicados por oito hospitais municipais e acontecerá das 8h às 12h, no Hospital do Rim. Entre os temas abordados estão: “Como identificar um potencial doador”, “Como manter o potencial doador adequadamente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”, “Como fazer diagnóstico de morte encefálica” e “Como fazer a entrevista familiar”.

De acordo com Luiz Augusto Pereira, médico que atua na Assessoria Técnica de Gabinete da SMS, embora os hospitais municipais não realizem transplantes, podem contribuir com o sistema capacitando médicos e enfermeiros a fim de identificar potenciais doadores de órgãos em seus hospitais. “O papel da Prefeitura é capacitar os profissionais dos hospitais do município para que identifiquem esses casos, realizem o diagnóstico e mantenham esse doador em condições para que os órgãos possam ser aproveitados”, disse.

Avaliações

Antes de fazer essa capacitação foram realizadas avaliações. O objetivo é apontar os hospitais municipais que apresentavam maior potencialidade para encontrar pacientes que evoluem para morte encefálica. “Naturalmente é onde tem mais óbitos. O primeiro filtro é esse. Outro filtro é onde tem paciente que vai a óbito por trauma de crânio ou acidente vascular cerebral (AVC). Essas são as duas causas que levam à morte encefálica, em 95% dos casos”, explicou Pereira.

Na cidade de São Paulo há quatro hospitais com serviço próprio de busca que trabalham especificamente para encontrar esse tipo de doador e ajudam outros hospitais que identificaram a morte encefálica. São eles: Hospital São Paulo, Hospital das Clínicas, Santa Casa e o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. “Essas organizações conseguem viabilizar o que falta e colaboram com os hospitais para concluírem o diagnóstico. A entrevista familiar também é um momento extremamente delicado e essas organizações têm um treinamento específico para fazê-la”, afirmou Pereira.

Posteriormente, esse curso poderá ser aplicado nos hospitais municipais para identificar profissionais da saúde que tenham aptidão para essa especialização.

Transplantes no País foram iniciados nos anos 60

O transplante de órgãos teve início no Brasil na década de 1960, com os primeiros transplantes de rim e coração. Na década de 1980, com o advento das drogas imunossupressoras, os resultados da sobrevivência melhoraram significativamente. Ao longo dos últimos anos, vários estabelecimentos e equipes se capacitaram para realizarem esses procedimentos.

No início da década de 1990 o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou o diagnóstico de morte encefálica. Isso propiciou a publicação da primeira Lei, posteriormente regulamentada. Em 1997 foi publicada a Lei 9.434, vigente, regulamentada pelo decreto 2.268 em 1998. Ela determina a criação de Centrais Estaduais de Transplantes, cuja principal finalidade é assegurar a alocação dos órgãos doados, segundo critérios definidos.

Mortes e doadores efetivos


 

 

 

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