Secretaria Municipal da Saúde

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Segunda-feira, 24 de Novembro de 2014 | Horário: 14:51

Programa municipal reinsere idosos ao convívio social

PAI tem como eixos autonomia e independência


Oficina de Arte e Terapia realiza pintura em pano e confecção de quadrados de crochê que serão costurados juntos, a fim de formar uma colcha que será vendida para arrecadar fundos para a festa de fim de ano


Por Keyla Santos

Fotos Edson Hatakeyama

Envelhecer é uma dádiva. É a prova de que o ser humano venceu as adversidades e sobreviveu aos infortúnios que surgem ao longo da estrada da vida. No entanto, para alguns idosos viver torna-se um fardo a ser carregado nas piores condições possíveis. Visando recuperar a autoestima dessas pessoas, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) desenvolveu o Programa Acompanhante de Idosos (PAI). Uma equipe multiprofissional realiza visitas, auxilia os idosos em suas atividades, organiza os remédios e orienta atividades físicas a fim de proporcionar bem-estar e identificar as dificuldades de cada idoso.

Um exemplo de sucesso é o PAI da Unidade Básica de Saúde (UBS) Castro Alves, da supervisão de Capela do Socorro (Grajaú). O programa, que conta com dez acompanhantes, assiste a 120 idosos, sendo 89 mulheres e 31 homens. A equipe conta com um coordenador, assistente social, uma médica generalista, um enfermeiro, dois auxiliares de enfermagem, um administrativo, dez acompanhantes e um motorista terceirizado.

Os acompanhantes vão à casa dos idosos participantes do programa e realizam atividades como mutirão de limpeza, reabilitação por meio de exercícios físicos e mudanças de hábitos que podem levá-los a risco de quedas. Para promover a integração entre os idosos e a socialização na comunidade são realizadas festas durante o ano. Ocorreram também visitas aos Museus do Futebol e do Ipiranga e ao Zoológico, entre outras. Há ainda oficinas de Arte e Terapia, como pintura em pano e confecção de quadrados de crochê que serão costurados juntos, a fim de formar uma colcha que será vendida para arrecadar fundos para a festa de fim de ano.

De acordo com o supervisor do PAI, Braz Barros Aranha, os acompanhantes atendem, em média, 12 idosos que são distribuídos durante a semana. “Cada acompanhante atende, em média, quatro idosos por dia. Ele fica uma hora com cada participante. Quando é necessário que o acompanhante leve um idoso a uma consulta em hospital, por exemplo, ele avisa aos outros idosos que seriam visitados naquele dia que não poderá comparecer. As visitas desses idosos são realizadas durante a semana em horário vago”, explicou Aranha.

Há muitas histórias de sofrimento entre os participantes do grupo. Elas variam de agressão familiar até o desespero da solidão que resultou em depressão e numa tentativa de suicídio. “A maioria dos idosos não tem apoio familiar. O papel dos acompanhantes é orientar os idosos e, paralelamente, os familiares”, disse o supervisor.

Apesar das histórias tristes, o PAI é um sucesso e ajuda a melhorar a qualidade de vida, proporcionando mais dignidade e distração para os idosos. “Eu sinto que quando o idoso chega ao programa, depois de poucos meses, a gente consegue observar melhora. Isso é gratificante. Há idosos que, quando a gente vai programar uma alta, por exemplo, ficam chorando, acabam passando mal porque não vão ter mais o acompanhamento. A gente percebe que consegue obter evolução no papel do programa na região”, afirmou Aranha.



‘O PAI mudou minha vida completamente’


'Às vezes eles estão passando por uma situação complicada e conseguem superar, é como se eu tivesse conquistado aquela etapa', disse a acompanhante Alessandra Arana


Todas as sextas-feiras, os acompanhantes reúnem um grupo de idosos na casa de um deles para a realização da atividade de Arte e Terapia. No encontro, eles batem papo, descontraem e pintam os panos de prato. As sextas também acontece outra atividade na UBS Castro Alves, onde o grupo de crochê se reúne para levar os quadrados que foram feitos ao longo da semana e aproveitam para sair de casa e conversar.

Para Antônia Oliveira Araújo Pinheiro, de 70 anos, que frequenta o programa há três anos, junto com o marido, o PAI os tira de casa. “O programa é muito bom, pois nos auxilia em tudo que precisamos. Esse tipo de reunião com outros idosos é importante, porque a gente fica em casa o tempo todo e eles nos fazem sair”, disse.

Maria Bonifácia Ferreira, de 94 anos, integrante do programa há quase quatro anos, gosta muito dos acompanhantes. Diz que se tivesse condições levaria todos eles para comer uma refeição mineira que ela sabe fazer com maestria. “O PAI mudou minha vida completamente. Os acompanhantes me tratam muito bem, são muito carinhosos. Eu os amo de coração. Eu me sinto muito bem e amo todos eles. Se eu pudesse os levaria para minha casa”, afirmou.

Sulamita da Silva Gomes, 77 anos, está no PAI há quatro anos e adora a todos. Reduziu a frequência de atividades devido ao surgimento de um esporão no tornozelo esquerdo. “Eu adoro todos eles. Gosto muito de toda a equipe, gosto do programa, dos lugares que eles me levam para passear, gosto muito das minhas acompanhantes que me tratam muito bem. Eu agradeço muito, pois eles têm muita paciência com a gente. Eles dão beijo, abraço, cuidam da gente igual a nenezinho (risos)”, concluiu.

 

 

 

 

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