Prefeitura de São Paulo

Por Keyla Santos e Patrícia Pasquini

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), lançou nesta terça-feira (30/9), o Programa Telessaúde São Paulo Redes, instituído pelo Ministério da Saúde (MS). Ele visa melhorar a qualidade do atendimento e da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de recursos tecnológicos. Na conclusão da implantação, cerca de mil serviços de saúde estarão conectados para sanar dúvidas com os diversos centros Técnico-Científicos, cada um em sua área de especialidade. O prefeito Fernando Haddad acompanhou a cerimônia, que contou ainda com a presença do secretário-adjunto da Saúde, Paulo de Tarso Puccini e da primeira-dama Ana Estela Haddad, que assumiu a coordenação do recém-instaurado Comitê Municipal de Telessaúde.

Para a implantação do serviço serão investidos cerca de R$ 3 milhões, sendo R$2,7 milhões vindos do MS e R$240 mil, do município. Além disso, para a aquisição de equipamentos e materiais serão investidos R$825,2 mil pelo MS e R$71,7 mil pela Prefeitura. “Haverá uma melhora na qualidade do atendimento porque [o programa] é uma forma de compartilhamento de conhecimento, de formação e de informação que só as modernas tecnologias podem oferecer”, disse Haddad.

O Programa Telessaúde Brasil Redes é o exemplo de experiência adotado pelo município de São Paulo. Criado em 2007, foi reconhecido pela Organização Pan-Americana de Saúde como referência mundial em teletecnologia na promoção e na ampliação do acesso aos cuidados em saúde, especialmente às populações que vivem em áreas remotas.

O Telessaúde São Paulo Redes funcionará por meio de parcerias com hospitais de referências do município. O objetivo é integrar o ensino e o serviço por meio de modernas tecnologias da informação e comunicação para atividades à distância. Serão contempladas ações de saúde de diversos níveis, promovendo a Teleassistência e a Tele-educação.

Haddad ressaltou que o Programa apresenta resultados significativos em regiões remotas do País. “Percebemos que trazer a Telemedicina e o Telessaúde para cá ajudaria os profissionais a interagirem e trocarem conhecimentos. Por exemplo: a segunda opinião. O médico pode consegui-la quase que imediatamente. Um clínico geral pode sanar uma dúvida por meio de uma consulta por teleconferência. Ele pode acionar um especialista e, sem encaminhamento, pode dar uma resposta imediata ao paciente. Poupa-se uma consulta, poupa-se um exame pelo simples fato de que o clínico geral está conectado com o especialista”, acrescentou o prefeito.

Contribuição

Ana Estela destacou a contribuição que o Programa traz aos profissionais da saúde e, consequentemente, aos usuários do SUS. “A contribuição pode não ser visível, às vezes, diretamente pelo cidadão, porque não é um serviço que vai atendê-lo diretamente. Mas é um serviço que dá suporte ao profissional de saúde, para ele tirar suas dúvidas mais rapidamente e, muitas vezes, sem precisar encaminhar o paciente para atendimento em outro serviço. O médico poderá captar as imagens, o diagnóstico e já transmitir por imagem e articular o prontuário eletrônico”, afirmou Ana Estela.

Entre os benefícios da implantação do programa é possível destacar a centralização dos serviços, atendimento mais resolutivo e, com o tempo, frequência um pouco menor dos usuários aos equipamentos de saúde. “Isso porque também vamos atuar com prevenção, promoção da saúde e com mais informação. Melhora a qualidade do atendimento e o fluxo do paciente dentro da rede, porque às vezes ele tem que ir para vários serviços para constituir no fim, um único atendimento”, disse a coordenadora.

Telessaúde rompe distâncias

A aproximação dos serviços de saúde é um marco para a cidade e para a SMS. Segundo o secretário municipal de Saúde em exercício, Paulo de Tarso Puccini, a aproximação do serviço especializado aos que estão em regiões mais afastadas, assim como, a aproximação de médicos especializados aos que precisam de apoio para determinada ação, é viabilizado por meio do Programa Telessaúde.

“Este programa viabiliza isso à medida que estabelece canais de informação e de comunicação, onde as pessoas possam conversar, entrar em contato, tirar dúvidas, esclarecer um processo de atendimento de forma mais adequada. Ele abre essa possibilidade e rompe distâncias geográficas e de conhecimento. Dessa forma, há uma aproximação dos centros de excelência dos centros que estão mais no cotidiano da assistência”, disse Puccini.

Estiveram presentes ao evento Alexandre Medeiros de Figueiredo, diretor do Departamento de Gestão da Educação na Saúde do MS e Ary Messina, coordenador da Rede Universitária de Telemedicina, na ocasião representando o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Metas

A partir da implantação do Programa Telessaúde São Paulo Redes, inicialmente deverão ser definidos os pontos de telessaúde e a instalação dos centros, além de verificar os protocolos e contratar as pessoas jurídicas com experiência na área da Saúde.

Em até dois anos a SMS deverá ter constituído o Núcleo Técnico-Científico e implantado os pontos de Telessaúde em 340 unidades de saúde – UBS, CAPS III, Hospitais Municipais, Prontos-Socorros Municipais e SUVIS. A meta para o primeiro ano é de 100 pontos.