Cistos no ovário ou cistos foliculares

Consulta periódica ao ginecologista é fundamental

Por Zenildes Mota

Os cistos ovarianos são processos naturais, que ocorrem na vida das mulheres em idade fértil. Os denominados cistos funcionais ou foliculares são formados pelos óvulos em desenvolvimento, que acumulam líquido ao seu redor e ficam maiores quando chega o período ovulatório.

O ovário é um órgão do sistema reprodutor feminino responsável por produzir os óvulos e os hormônios sexuais. Quando os óvulos são estimulados pelos hormônios, eles começam a se desenvolver e dão forma aos pequenos cistos. “Esse é um processo contínuo e, dessa forma, todos os meses a mulher forma um, dois (às vezes mais) cistos maiores que irão se romper e serão eliminados”, explica o Dr. Carlos Eduardo Vega, da Área Técnica da Saúde Integral da Mulher da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Normalmente as mulheres possuem dois ovários, um em cada lado do útero, trabalhando continuamente para o desenvolvimento dos óvulos. “O cisto folicular normalmente demora até três meses para ser formado. Quando ele se rompe, elimina o óvulo que é capturado pelas trompas para dar início ao processo de fecundação”, complementa Vega.

A presença de cisto é um processo natural e comum na vida das mulheres, e não é um motivo de preocupação. Os cistos foliculares estão presentes em ambos os ovários, como esclarece o médico: “Dentro do mesmo ovário verificamos vários cistos em diversos estágios de evolução e isso é normal”.

Segundo Vega, mesmo na mulher que usa pílula anticoncepcional combinada, pode-se constatar a presença de cistos. Ele ressalta que são cistos menores, que não atingem o estágio final de maturação e posteriormente são absorvidos pelo organismo. Isso acontece porque, com a ação combinada de contraceptivos, a mulher não costuma ovular e os folículos não chegam a se romper.

“Nas mulheres portadoras da Síndrome dos Ovários Policísticos verificamos uma diminuição ou mesmo ausência na liberação dos óvulos. É o que chamamos de ciclo anovulatório. O óvulo se desenvolve até um determinado estágio e não consegue mais progredir, acumulando-se dentro do ovário. Quando se realiza um ultrassom ginecológico é possível verificar a presença de inúmeros cistos pequenos, um dos sinais da Síndrome,” disse.

Ao se romperem, os cistos foliculares normalmente não apresentam sintomas. Entretanto, em alguns casos podem apresentar dor abdominal aguda no momento em que o cisto se rompe. “Para se diagnosticar a presença de um cisto anormal, é fundamental a consulta periódica ao ginecologista. Após analisar a queixa apresentada pela paciente e depois de examiná-la procede à pesquisa de diagnóstico com exames clínicos e de imagem”, ressalta Vega.

Além dos cistos foliculares, existem vários outros que estão associados a graves doenças, tais como a endometriose e o câncer de ovário. “O diagnóstico de certeza sobre o fato de ser benigno ou maligno, somente é obtido através da biópsia de ovário. Esse procedimento geralmente é realizado durante a cirurgia para a remoção do cisto” completa Vega.