Por Gabriel Serpa
Uma dieta saudável pressupõe equilíbrio de nutrientes e variedade de alimentos. Além de proporcionar maior bem estar, a alimentação adequada fornece proteção contra doenças e evita desnutrição. No entanto, de acordo com levantamento do IBGE, realizado entre 2017 e 2018, o tradicional arroz com feijão vem perdendo espaço para alimentos ultraprocessados. Congelados, enlatados, pré-fritos... Alimentos que apresentam alta adição de açúcar, sódio, gorduras e conservantes — e que favorecem o consumo de calorias em excesso. Ultraprocessados ainda estão relacionados à obesidade, ao desequilíbrio do organismo humano e ao aparecimento de inúmeras doenças. Nesta edição do HSPM Responde, Patrícia Gonçalves, nutricionista do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) e pós-graduada em saúde do trabalhador, trata da importância de se incentivar a alimentação saudável no ambiente de trabalho — e conta com a colaboração de Amanda Menezes, coordenadora da Clínica de Nutrição do HSPM, além de Bianca Bitencourt e Monica Marques, nutricionistas do hospital.
Qual a importância da alimentação saudável?
A alimentação adequada, em quantidade e qualidade, está relacionada com a manutenção da saúde e da qualidade de vida.
Como a alimentação afeta o desempenho do trabalhador?
O desequilíbrio na alimentação pode desencadear doenças crônicas como obesidade, diabetes e hipertensão. O excesso ou a falta de nutrientes afetam a saúde, diminuindo a disposição e energia, e podem interferir na produtividade e assiduidade do trabalhador.
É certo fazer intervalos, durante atividades, para comer?
É importante fracionar adequadamente a dieta e conciliar com as atividades laborais. Pequenos lanches, como frutas e castanhas, fornecem nutrientes essenciais que auxiliam na concentração no trabalho.
Como equilibrar o consumo de alimentos ao longo do dia?
Recomenda-se de cinco a seis refeições ao dia. Duas maiores, como almoço e jantar, e três lanches. Para compor uma alimentação saudável devemos evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, e devemos incluir alimentos de todos os grupos (energéticos, construtores e reguladores) baseado em produtos “in natura” (frutas, legumes, hortaliças...) ou minimamente processados.
Como incentivar a alimentação adequada em ambientes de trabalho?
São várias ações possíveis, como retirar o saleiro das mesas do refeitório, ofertar frutas como sobremesas, um ambiente adequado para que se realizem as refeições de forma tranquila, dentre outras.
O que o HSPM faz para conscientizar seus servidores sobre o tema?
Periodicamente, são ofertados cursos e palestras, além de diversos eventos, como a “Feira do Diabetes”, a “Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho” (SIPAT), o “Dia Mundial da Saúde” e os grupos de atendimento de educação em saúde.
Existem dicas para facilitar a educação alimentar?
É importante que o indivíduo seja orientado por profissionais capacitados, como nutricionistas. Tanto de forma individual como em grupos. Mas há também outros recursos que possuem fonte de informações confiáveis e seguras: o “Guia Alimentar para a População Brasileira”, publicado pelo Ministério da Saúde, e o site “Meu Prato Saudável”. Além disso, é recomendado evitar dietas muito restritivas e de difícil seguimento, que podem comprometer a saúde como um todo.