Dia da Prematuridade alerta para acompanhamento de bebês prematuros

Data celebrada em 17 de novembro relembra cuidados; números nacionais preocupam


Por Gabriel Serpa

O Brasil figurou entre os dez países que mais registraram partos prematuros em 2019, segundo dados da Aliança Nacional para o Parto Seguro e Respeitoso — nada menos que 300 mil casos naquele ano. E, de acordo com o Ministério da Saúde, a média anual de nascimentos prematuros no país é de 340 mil: mais de 12% do total. O percentual representa mais que o dobro daqueles registrados em países europeus.

É considerado prematuro o bebê que nasce antes de 37 semanas completas de gestação. “Pode interferir no comprometimento do aprendizado, alterações comportamentais e deficiências motoras”, alerta Dra. Vera Campmann, coordenadora da Seção Técnica de Neonatologia do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM). Além delas, infecções respiratórias crônicas, alterações visuais e auditivas, doenças cardiovasculares, ósseas e nutricionais são possíveis implicações para crianças nascidas prematuramente.

São muitas as condições que podem favorecer o nascimento prematuro, dentre as quais: idade materna avançada ou precoce; uso de drogas, álcool ou medicações controladas durante a gestação; diabetes e hipertensão materna; alterações anatômicas do útero; infecções e ausência de cuidados pré-natais.

K.M.M., mãe de gêmeos nascidos prematuramente no HSPM, relata a experiência pela qual passou: “Nos primeiros dias, foi assustador. Mas a equipe de enfermeiros amenizou meus medos”. A paciente conta que recebeu suporte durante a amamentação, no crescimento e desenvolvimento dos bebês. “Desde exames, fisioterapia, alimentação e apoio psicológico também. Foram 19 dias de aprendizado”, relembra.

“Diante da sobrevivência dessas crianças, é preciso promover políticas públicas visando excelência nos cuidados e garantir qualidade no desenvolvimento durante a infância”, ressalta a neonatologista do HSPM. O acompanhamento multidisciplinar é fundamental, com a presença de pediatra, pneumologista, neurologista, oftalmologista, fonoaudiólogo e fisioterapeuta. Assim, é possível prevenir, detectar precocemente e tratar possíveis alterações.

“Além disso, é importante observar o calendário vacinal, visto que existem vacinas específicas destinadas a essa população”, recomenda Dra. Vera, destacando a importância da imunização de crianças, como forma de evitar eventuais complicações.

Os gêmeos, filhos de Leandro, assistente administrativo de gestão do HSPM, completaram nove meses neste mês. “Pode parecer difícil, mas com força e determinação a alta, tão desejada, chega. Mães de prematuros na UTI, vocês são mais fortes do que imaginam!”, comenta a esposa de Leandro, com otimismo.