Superprodução de células sanguíneas está associada à Leucemia Mieloide Crônica

Doença tem progressão lenta

Em 22 de setembro é comemorado o Dia da Leucemia Mieloide Crônica (LMC) e essa data tem como objetivo levar informações à população sobre a prevenção e o tratamento precoce dessa doença. 

A progressão da LMC é lenta (crônica) e se caracteriza, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), como uma “neoplasia mieloproliferativa”, ou seja, quando a medula óssea produz células sanguíneas em excesso. Segundo o Dr. Paulo de Nóvoa Cardoso, da Clínica de Hematologia do HSPM: “Pacientes com LMC apresentam uma superprodução de glóbulos brancos e normalmente têm uma evolução lenta no crescimento das células doentes ao longo do tempo”.
 

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que em cada ano do triênio 2020-2022 sejam diagnosticados 10.810 novos casos de LMC no Brasil. Este número representa um risco estimado de 4,56 novos casos para cada 100 mil mulheres e 5,67 a cada 100 mil homens. O órgão relaciona alguns fatores que podem ser predisponentes para o surgimento de subtipos da doença, tais como: tabagismo, exposição ao benzeno (encontrado na gasolina e indústria química), radiação ionizante (raios X e gama), quimioterapia, doenças hereditárias, síndromes mielodisplásicas e outras doenças sanguíneas.
 

Esta doença apresenta curso lento e progressivo, normalmente com sintomas inespecíficos como anemia, cansaço, mal estar esplenomegalia, sudorese excessiva, principalmente no período noturno, perda de peso, hemorragias e infecções recorrentes.


Entretanto, alguns pacientes são completamente assintomáticos e um exame comum de sangue (hemograma) é solicitado para análise. Em geral, o diagnóstico é mais comum entre adultos entre 45 e 60 anos de idade, afetando menos de 2% das crianças.

 

O único fator de risco potencialmente evitável para a leucemia mieloide crônica é a não exposição a altas doses de radiação. Já as mudanças no estilo de vida podem contribuir para a prevenção da LCM no futuro, porém não existe nenhuma maneira conhecida para prevenir a maioria dos casos de leucemia mieloide crônica.

O tratamento padrão para este tipo de leucemia é a terapia-alvo, focada no uso de medicamentos à base inibidores da tirosina quinase. A administração é feita de forma oral e tem trazido excelentes resultados para os pacientes, pois possibilita manter uma qualidade de vida após o tratamento, sem apresentar sinais da doença no organismo, com poucos (ou sem) efeitos colaterais. Em alguns casos, outros tratamentos são indicados, como o uso de imunomoduladores (interferon), quimioterapia e transplante de medula óssea.


A LMC não é curável com as terapias atualmente disponíveis, entretanto, com os medicamentos existentes atualmente, cada vez mais pacientes alcançam remissões extremamente profundas. Por isto usamos o termo cura funcional.