Tireoide: doenças podem afetar diversos órgãos e funções do corpo humano

Dia 25 de maio é data destinada à conscientização para os cuidados com a glândula

Por Gabriel Serpa

A tireoide interfere diretamente no corpo humano — questões como humor, memória, fertilidade, crescimento e desenvolvimento das crianças. Isso porque ela é responsável pela regulação do metabolismo, através da produção dos hormônios T3 e T4. No Dia Internacional da Tireoide, a endocrinologista do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), Dra. Leila Guastapaglia, esclarece vários aspectos a respeito do tema.

A tireoide é uma glândula localizada na parte anterior do pescoço. Órgãos e funções vitais, como frequência cardíaca, digestão e ciclo menstrual são afetados pelo seu funcionamento — que pode ser alterado pelas doenças tireoidianas. É preciso conhecer e atentar para sinais de disfunção dela.

As principais doenças são hipotireoidismo, hipertireoidismo e o aparecimento de nódulos tireoidianos. Enquanto o hipertireoidismo é ocasionado pela superprodução dos hormônios T3 e T4, o hipotireoidismo decorre da produção insuficiente dos mesmos hormônios. Quanto aos nódulos, a Dra. Leila tranquiliza: “nódulos são extremamente comuns, especialmente em mulheres. A minoria deles é maligna”.

Redução da memória, cansaço, ganho de peso, constipação, mudanças no ciclo menstrual e de humor e, em alguns casos, depressão podem indicar o surgimento do hipotireoidismo. Por outro lado, emagrecimento, intestino solto, coração acelerado, inquietação e nervosismo, insônia, intolerância ao calor e ansiedade se relacionam com o aparecimento do hipertireoidismo.

A principal causa para o hipotireoidismo é o desenvolvimento da Doença de Hashimoto. No caso do hipertireoidismo, sua causa principal é a Doença de Graves. Hashimoto e Graves são doenças autoimunes e hereditárias. Porém, “nódulos que produzem muitos hormônios podem levar ao hiper; cirurgia tireoidiana, ao hipo. Alguns quimioterápicos também interferem na tireoide”, relembra a endocrinologista do HSPM.

Exames de TSH, T4 livre e de anticorpos que atacam a tireoide são as principais formas de diagnosticar tanto as condições que acometem a glândula, quanto a causa para o mau funcionamento dela.

O tratamento do hipotireoidismo é feito através de reposição hormonal e tende a ser mais simples do que tratar hipertireoidismo, que requer uso de medicamentos, terapia com radioiodo ou ainda cirurgia.

Quanto à prevenção e dieta, a Dra. Leila Guastapaglia alerta para o consumo de sal iodado: “não há forma de prevenção. Dieta não influencia diretamente. O sal do Brasil possui iodo, que é ‘combustível’ para a produção de hormônios da tiroide. Porém, não se recomenda consumo de sal em excesso. A sobrecarga do iodo pode causar alteração tireoidiana”, finaliza.