Crianças compõem grupo de risco de doenças comuns do outono

Estação do ano favorece a transmissão de vírus; menores de cinco anos requerem atenção



 

Por Gabriel Serpa

O outono chegou. Com ele, doenças respiratórias se tornam mais comuns. A oscilação da temperatura faz com que as pessoas se fechem mais no ambiente de trabalho, em ônibus e carros, escolas e até mesmo em casa. Esse fator é um dos responsáveis pelo aumento na transmissão de vírus entre pessoas, como Influenza (da gripe) e Sars-Cov-2 (da Covid-19).

Toda a população é afetada, mas bebês e crianças menores de cinco anos demandam cuidados especiais. Isso porque o sistema imunológico desse grupo ainda está em formação, o que os torna mais vulneráveis a doenças respiratórias e infecções. Além disso, crianças pequenas desrespeitam medidas de prevenção a todo o momento — a mão na boca é o exemplo mais fácil de apontar.

Jovens e adultos saudáveis tendem a sofrer com sintomas que gripes e resfriados acarretam. Entretanto, crianças menores de dois anos podem desenvolver quadros mais críticos a partir de infecções virais. Pneumonia viral e bacteriana, crises de asma, infecções do ouvido médio e acometimento dos músculos (miosite) ou do sistema nervoso (encefalite) são complicações que podem decorrer da gripe nos pequenos.

Um dado alarmante: a maioria das crianças hospitalizadas em razão de crises asmáticas tem como desencadeante do processo uma infecção viral. Daí a importância de cuidar delas, observar sintomas e procurar assistência médica ao identificá-los.

O consumo de frutas, legumes e verduras ajuda a fortalecer o sistema imunológico das crianças, devido aos nutrientes, vitaminas e minerais presentes nesses alimentos. Outro fator de proteção essencial é o aleitamento materno. Pelo leite, a mãe passa anticorpos para o bebê, fortalecendo as defesas naturais do organismo dele.

A vacinação contra a gripe é indicada a partir dos seis meses de idade. Deve ser repetida todos os anos, uma vez que o vírus se modifica e a imunização precisa ser atualizada periodicamente. O objetivo é reduzir as chances de infecção viral ou, no caso de ela ocorrer, fazer com que a gripe seja o mais leve possível.

Vale ressaltar ainda que idosos e adultos com condições de alto risco também devem atentar às medidas de proteção. A gripe em pessoas que sofrem de asma, por exemplo, pode desencadear crises asmáticas e, em casos mais graves, levar a complicações como pneumonia.

É sempre importante adotar medidas de prevenção contra a transmissão dos vírus. Evitar multidões e aglomerações, cobrir boca e nariz ao tossir e espirrar, higienizar as mãos, preferir ambientes ventilados e não compartilhar copos e talheres são dicas de ouro para conter o contágio. Caso seja infectado pelo vírus da gripe, fique em casa por pelo menos 24h depois da febre baixar. Mantenha-se bem hidratado e alimentado. Use máscara.

Trabalhadores da Saúde podem ser vacinados gratuitamente pelo SUS.