Saiba mais sobre a Doença do Refluxo Gastroesofágico

Especialista da Gastroclínica do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) esclarece dúvidas sobre o assunto



A mesa cheia de opções de alimentos doces, salgados e bebidas é tradição nas festas de fim de ano. Para que as confraternizações não terminem em desconforto, a dica é evitar o consumo excessivo de frituras, molhos e álcool, especialmente no caso de quem sofre com o refluxo gastroesofágico, que é o retorno involuntário e repetitivo do conteúdo do estômago para o esôfago. A doença é o tema desta edição do HSPM Responde, que traz uma entrevista com o coordenador da Gastroclínica do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), Dr. Cleyton Padilha Andrade.

O que é o refluxo gastroesofágico?
A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma condição em que ocorre um movimento anormal do conteúdo gástrico para o esôfago, gerando sintomas e complicações.

Quais são os sintomas do refluxo gastroesofágico? Quando é aconselhável procurar ajuda médica?
Os principais sintomas do DRGE são pirose (queimação), dor abdominal, eructações (arrotos), tosse crônica, pigarro, entre outros. É aconselhável procurar ajuda médica quando os sintomas são muito frequentes e atrapalham o bem-estar.

Quais os principais alimentos que causam o problema?
Os principais alimentos envolvidos e que devem ser evitados são: café, frutas ácidas, frituras, condimentos, molhos, pimenta e bebidas alcoólicas.

Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da DRGE pode ser clínico, ou seja, sem necessidade de exames. Algumas vezes, em casos atípicos, pode ser preciso algum exame complementar, como a endoscopia digestiva e a phmetria. A DRGE pode ser confundida com outras doenças, entre elas doenças cardíacas e pulmonares, sendo importante procurar um médico para o diagnóstico correto.

O refluxo pode piorar por conta da posição em que a pessoa dorme?
A DRGE pode apresentar mais sintomas quando a pessoa está deitada sobre seu lado direito porque ocorre uma mudança de ângulo entre o esôfago e o estômago, favorecendo o refluxo do conteúdo gástrico.

Há pessoas mais propensas ao problema?
Existem pessoas que são mais propensas como obesas, gestantes e usuários de cintas abdominais, pois o aumento da pressão intra-abdominal pode agravar o problema.

Como é o tratamento?
O tratamento envolve mudança na dieta e nos hábitos, medicações e cirurgia. É considerada uma doença crônica, mas que pode ser controlada com as medidas corretas.

Qual o risco caso a doença não seja tratada?

As complicações de uma doença não tratada são raras, porém importantes, como hemorragia, estenose e o esôfago de Barrett, uma condição pré-maligna.

Existe prevenção?
Podemos prevenir a doença do refluxo adequando hábitos, não fumando e tendo uma alimentação correta.

Além dos alimentos, existem hábitos que podem influenciar no surgimento da doença?
Alguns hábitos podem desencadear ou agravar a doença, como fumar, o consumo de líquidos junto às refeições e até mesmo deitar após se alimentar.

Foto do médico sentado, de óculos, máscara cirúrgica e jaleco
Dr. Cleyton Padilha Andrade é coordenador da Gastroclínica do HSPM