Doença renal crônica afeta 12 milhões de pessoas no Brasil

Evento realizado no Hospital Municipal do Servidor Público Municipal (HSPM) no Dia Mundial do Rim tratou de prevenção e tratamento das doenças que agem silenciosamente e são a 6ª maior causa de mortes no mundo

 Pacientes participam de evento que teve o objetivo de orientar sobre as doenças renais

 

 Fotos: Daniela Avancini

Nesta quinta-feira (15) o Hospital Municipal do Servidor Público Municipal (HSPM) promoveu um evento para abordar as doenças renais em alusão ao Dia Mundial do Rim, que contou com a participação do coral da Guarda Civil Metropolitana, com palestras ministradas por médicos da Seção Técnica de Nefrologia do HSPM e mais de 200 participantes.

No mundo, aproximadamente 850 milhões de pessoas são afetadas pela doença, segundo a organização World Kdiney Day, apoiada pelas Federações e Sociedades Internacionais de Nefrologia. A Doença Renal Crônica (DRC) é a 6ª causa de morte de maior crescimento no mundo. A progressão do quadro clínico é lenta e silenciosa. No Brasil, estima-se que 12 milhões de pessoas tenham alguma doença renal - índice com crescimento de 8% ao ano, de acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia.

O superintendente do HSPM, que participou da abertura do evento, doutor Antonio Célio Camargo Moreno, explica que os rins são órgãos vitais e que a medicina desenvolveu cuidados, tanto para que os rins não fiquem tão doentes, quanto para quando atingirem um quadro de doença muito sério.

“Os exames periódicos são importantes, pois o rim se ‘machuca’ silenciosamente ao longo dos anos. Muitas vezes, o paciente não apresenta nenhum sintoma, por isso, a importância de exames periódicos, principalmente nos pacientes que têm doenças concomitantes como diabetes, hipertensão arterial, outras doenças infecciosas e degenerativas”, comenta o superintendente.

Moreno destacou também que o rastreamento permite entender o momento em que o rim está deixando de ser eficiente e, assim, se programar para cuidar dele ao longo do tempo. “Há vários tipos de substitutos do rim, como a hemodiálise para situações mais complicadas, as diálises que podem ser feitas em casa e o transplante de rim, que apresenta melhor sucesso no grupo de pacientes com transplante”, explica.

 

Sintomas e tratamentos

Os sintomas que alertam para a possibilidade de alguma doença renal são inchaço, aumento da pressão arterial, fadiga, mal estar, presença de espuma na urina e identificação de coloração avermelhada na urina. O diagnóstico é realizado por meio de testes de rastreamento da doença renal, com o exame de sangue que mede a taxa de creatinina e a pesquisa de proteína na urina.

 

Durante o evento foram realizados exames de rastreamento para doenças renais
 

O tratamento é específico para cada tipo de doença renal. Inclui controle da pressão arterial, obesidade, da doença específica que adoeceu o rim, diabetes, pressão alta, doença cardíaca e tabagismo, além de evitar o uso de drogas potencialmente toxicas aos rins, como os remédios anti-inflamatórios.

As doenças renais, crônicas e agudas, contribuem também para o aumento da morbidade e mortalidade de outras doenças e são fatores de risco para doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão, obesidade, como também infecções como HIV, malária, tuberculose e hepatite.

Para se prevenir e garantir a saúde renal, a coordenadora da Seção Técnica de Nefrologia do HSPM, Mary Carla Estevez Diz, indica algumas medidas:

- Hábitos saudáveis: consumir água em boas condições de potabilidade, fazer exercícios físicos, ter uma dieta saudável (com pouco sódio e gordura), controle de tabagismo e da obesidade;

- Realizar exames para diagnóstico precoce de doenças renais, como exame de sangue para creatinina e a análise da urina;

- Controle dos pacientes, já diagnosticados, de índices como pressão arterial e colesterol, além de adesão ao tratamento prescrito - medidas que podem diminuir a progressão da doença.

“A campanha tem por objetivo conscientizar a população sobre a importância de medidas de prevenção, bem como fazer testes de rastreamento da doença renal", afirma a especialista.