Direção da Escola Municipal de Saúde promove oficinas de Planejamento Estratégico Situacional (PES)

Cinco encontros iniciais reuniram profissionais de todos os setores da EMS para propor em conjunto ações estratégicas de atendimento às necessidades da instituição.

 Por Waleska Rodrigues


Em maio de 2021 teve início uma série de oficinas de Planejamento Estratégico Situacional (PES) na Escola Municipal de Saúde (EMS), para elaboração de planos de ação no enfrentamento dos desafios da instituição. A proposta do novo diretor da EMS, Marcelo Takiishi Scrocco, dividiu o processo de construção do planejamento em dois momentos: o primeiro consistiu na análise e identificação dos principais nós críticos a serem solucionados, e o segundo trouxe a discussão das ações que deveriam ser desenvolvidas para resolvê-los, assim como apontamento dos atores que deveriam conduzir essas atividades.

O PES, metodologia adotada por Scrocco nas oficinas, foi desenvolvida pelo economista chileno Carlos Matus no início da década de 1970 e é usada por diversas esferas da administração pública como ferramenta de gestão.


Diagnóstico das necessidades


A primeira oficina, realizada em três encontros com diferentes integrantes da equipe da Escola, aconteceu nos dias 11, 12 e 18 de maio. Divididos em grupos, os participantes deveriam apontar as principais fragilidades institucionais e ordenar suas prioridades. As necessidades indicadas poderiam estar relacionadas ao processo de trabalho de cada setor ou da EMS como um todo.

Foram levantadas questões ligadas a problemas estruturais, como manutenção predial; dúvidas de processos de trabalho, como o desconhecimento dos fluxos internos de cada setor; e falta de clareza quanto à construção e aplicação das diretrizes e metas institucionais.

Esse foi um momento de compartilhamento e discussão, entre os membros das equipes, sobre as diferentes perspectivas acerca dos propósitos, métodos e condições de trabalho da Escola Municipal de Saúde.
A parte final desse diagnóstico teve como objetivo identificar se as competências necessárias para solucionar cada item apontado seriam internas (da própria EMS) ou externas (exigindo ações da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo – SMS/SP).

Traçando estratégias de ações

A segunda oficina, realizada em dois encontros nos dias 25 e 26 de maio, deu sequência ao planejamento com a apresentação da condensação e classificação das prioridades levantadas na dinâmica anterior



Quadro de classificação das necessidades em eixos. Fonte: Marcelo Scrocco



Nessa fase foi utilizado o Instrumento de Identificação de Necessidades Não Atendidas (Pineault, 2016*) que permitiu visualizar como ponto de partida a situação atual identificada, e como ponto de chegada a situação desejada. O espaço entre essas duas situações foi destinado ao desenvolvimento das ações transformadoras que farão a ponte de uma para outra.

Quadro das necessidades de saúde para alcançar a situação desejada. Fonte: PINEAULT (2016, p.29)



Na prática, os participantes da oficina deveriam escolher uma situação-problema levantada dentro de cada eixo de classificação, e deliberar qual seria o melhor resultado para o futuro. Após levantarem as expectativas dos melhores cenários, teve início um exercício de discussão e proposição de atividades e ferramentas efetivas, a fim de avançar na direção dos objetivos estabelecidos.

Identificar quem seriam os responsáveis por conduzir cada ação, podendo ser responsabilidade de um único setor ou de uma comissão formada por representantes de vários setores, também foi uma parte da atividade e, o fato de a discussão acontecer entre os diferentes trabalhadores que vivem a realidade dos processos da EMS e sabem na prática o que funciona ou não, trouxe muito mais assertividade na construção das ações de mudanças, tornando-as muito mais inclusivas e trazendo apoio e identificação da equipe.

Apesar de todo comprometimento e credibilidade com que os exercícios da oficina foram desenvolvidos, foi destacado durante os encontros que o planejamento construído não é inflexível, deixando claro que as estratégias podem ser repensadas e reformuladas coletivamente conforme novas necessidades apareçam.

O produto final do Instrumento de Identificação de Necessidades Não Atendidas preenchido passará por uma análise do diretor da Escola, e terá encaminhamento com novas etapas que trarão a execução das ações por ordem de prioridade.

Depoimentos dos participantes

“Pra mim atendeu as expectativas, que era discutir, poder ouvir cada um dos participantes e poder elencar as prioridades de uma maneira mais participativa e democrática onde todos pudessem se colocar. A nossa expectativa é que vá pra frente, que conclua o processo.”

Betina Black Dalarmelino – Coordenadora da Divisão de Educação

“As expectativas que nós vivenciamos nos dois encontros foi conseguir alinhar todas as propostas da Escola Municipal de Saúde na perspectiva da melhor organização do processo de trabalho. É um bom movimento que foi realizado e a gente espera, enquanto trabalhador dessa unidade, que seja possível a execução das propostas que foram sugeridas na sua totalidade.”
Valnice de Oliveira Nogueira – Coordenadora da Comissão de Residência Multiprofissional

“Do meu ponto de vista, pelo menos nesses seis anos que estou aqui na Escola não tinha conseguido ter a oportunidade de discutir várias das coisas que foram discutidas com muitas das pessoas com as quais discuti, então foi interessante. Espero de verdade que as pessoas entendam que isso não é apenas uma atividade e ponto. É a proposta de trabalho do diretor, de fato como ele pretende que a gente trabalhe, de forma integrada e que todos se reconheçam naquilo que está sendo escrito e dito, como parte integrante.”
Lúcia Langanke de Oliveira – Analista de Saúde /COAPES

“A oficina foi um diagnóstico bem claro das dificuldades dos setores e dos gestores. Apontou a necessidade de capacitação contínua. Proporcionou a compreensão do pertencimento coletivo, da nossa missão e a importância de estarmos todos alinhados.”
Mônica Janaina Sampaio – Coordenadora da Divisão Administrativa

 

 

* Referência:
Pineault, R. Compreendendo o sistema de Saúde para um Melhor Gestão .Linha Editorial Internacional de Apoio aos Sistemas de Saúde – LEIASS – Volume 2. Disponível em: http://biblioteca.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2020/08/SistemaSaudeGestao.pdf.