Prefeitura de São Paulo

Por Renata Puosso

Na última quinta-feira (20/02/2020), no auditório da Escola Municipal de Saúde (EMS), aconteceu o primeiro encontro deste ano do Grupo Técnico de Educação Permanente em Saúde (GTEPS).

A reunião teve início com a apresentação de Sandra Ery Kojo da Coordenaria de Vigilância em Saúde (COVISA), na Divisão de Saúde do Trabalhador (DVISAT), que apresentou o projeto do curso à distância sobre a “Saúde do Trabalhador na Rede de Atenção à Saúde (RAS)”. O curso está sendo desenvolvido com o apoio da EMS, com inicio previsto para a primeira semana de maio de 2020. O objetivo é capacitar os profissionais da RAS, que desenvolvem as ações de assistência, prevenção, promoção de saúde do trabalhador dentro do município de São Paulo.

O curso é baseado em um conceito de rede, constituído por 09 módulos, sendo o primeiro módulo e o último presenciais e o restante em EAD, totalizando 64 horas. Destas, serão realizadas 06 turmas, uma por Coordenadoria Regional de Saúde. Há previsão de 03 meses para a realização de todos os módulos do curso. Os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador entrarão em contato com as Escolas Regionais para apresentação do projeto nos NEPS. Ao final, foi aberto espaço para comentários e perguntas.

Em seguida, a Coordenadora do Núcleo de Comunicação da EMS, Waleska Rodrigues, falou sobre a colaboração do setor na elaboração da campanha “Minha Cor Eu Declaro”, que visa sensibilizar os agentes e profissionais de saúde na hora do preenchimento do formulário de identificação de raça/cor. Dentre as ações desenvolvidas está a criação da identidade visual de cartazes que foram distribuídos para todos os equipamentos de saúde que fazem o preenchimento do cartão SUS (clique aqui para baixar) e, a produção de 02 vídeos que falam sobre a importância da autodeclaração. Além da campanha, houve atuação também na elaboração das vídeos-aulas do curso em EAD com gravações e edições. Esse curso é um dos primeiros em que a Comunicação trouxe um novo visual, com novas técnicas de edição deixando mais dinâmico e atrativo para os alunos, além do mais, quadrinhos e outras ferramentas de aprendizagem produzidas pelo setor de EAD, ajudaram nessa interação.

Link para animação informativa da Campanha Minha Cor Eu Declaro. Foto: Comunicação EMS

Link para vídeo-depoimento sobre a importância do quesito cor. Foto: Comunicação EMS

O resultado dessas ações, juntamente com uma intensa divulgação do curso nas redes sociais, via Comunicado Saúde e Diário Oficial, foi um imponente número de inscritos passando de 1.190 pessoas com feedbacks positivos. Destas, 700 pessoas já tiveram contato com o conteúdo e 90% dos concluintes já consideraram os recursos de aprendizagem adequados e com informações importantes apresentadas de uma forma leve. A primeira turma segue em andamento e já há o planejamento para abertura de mais turmas em breve. Muito elogiada, após a apresentação houve o espaço para diálogos e perguntas.

Dando continuidade na reunião, Dra. Simone Pereira Vidotti trouxe uma apresentação sobre o uso da Sala de Simulação Realística, no Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha. Esse tipo de treinamento é usado para promover educação em saúde no hospital. A simulação possibilita aprimorar habilidades e fazer o procedimento real, com mais participação das equipes. Em 2019 foram realizados 26 treinamentos (alguns feitos mais de 01 vez), somando cerca de 450 pessoas treinadas.

O projeto iniciado em agosto de 2017 está em constante atualização e até hoje conta com a ajuda de parceiros e muita criatividade. Foram utilizados materiais inservíveis, que iriam para descarte, como macas, aparelhos cirúrgicos, entre outros. Há a projeção de investimentos via COAPES para que em 2020 a sala seja avançada e possa treinar cerca de 1.500 pessoas. Para se tornar um Centro de Simulação, será necessário um investimento de R$ 200.000,00 com projeção de capacitar 80.000 trabalhadores. Dra. Vidotti destacou que a simulação é um método, e o mais importante é o investimento em equipe. “Se tiver equipe, a simulação acontece, mesmo sem os aparelhos. Se tivermos apenas os aparelhos, nada irá acontecer”. Ao final, foi aberto espaço para perguntas.

Dra. Simone Pereira Vidotti. Foto: Renata Puosso

Continuando, a Coordenadora Geral do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-SP), Maísa Ferreira dos Santos, apresentou a proposta do Núcleo de Educação Permanente (NEP SAMU-SP), com o objetivo de estar integrada com a Rede Municipal da Saúde, com a Escola Municipal de Saúde, bem como com as Escolas Regionais. Em sua fala destacou: “O serviço de urgência e os serviços hospitalares funcionam 24 horas, e a gente tem que parar de engessar e achar que a educação permanente tem que acontecer no horário comercial. Temos que ampliar a visão sobre a educação permanente e fazer a formação pensando nas 24 horas e não apenas pensando nas 12 horas”.

O projeto está em fase de planejamento com reuniões, pensando em qualificar os profissionais a desenvolver projetos, aproveitar suas potencialidades, organizar ações educativas e treinamentos para os servidores, visando à transformação da prática e qualificação da assistência e fomentando a discussão de casos que possam ser aplicados no dia-a-dia. Ao final, se comprometeu em enviar um representante do NEP-SAMU para participar das reuniões mensais do GTEPS.

Prosseguindo, a Dra. Eroy Aparecida da Silva, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), no Departamento Psicobiologia – Disciplina de Medicina e Sociologia do Abuso de Drogas (DIMESAD) apresentou a proposta do curso “Redes Colaborativas de Cuidados aos Usuários de Drogas nas Comunidades”. É um curso piloto de especialização lato sensu, gratuito, presencial, com a carga horária de 360 horas (sendo 180 teóricas e 180 práticas). O projeto busca garantir a execução da educação permanente no SUS, qualidade, avaliação dos processos formativos, a multiplicação de conhecimento nas equipes e a prestação dos serviços para a população.

O curso com duração de 18 meses busca especializar em trabalhos que envolvam álcool, drogas e comunidade, discutindo casos reais. Foram escolhidas 04 regiões de São Paulo para desenvolvimento das aulas práticas: Santo Amaro/ Jd. São Luís; Grajaú/ Sucupira; Praça Floriano Peixoto e Centro/ Luz. Estão previstas 04 reuniões com os gestores ao longo do curso, para monitoramento e avaliação do projeto. Para aprovação no curso é necessária 75% de frequência e apresentação de monografia.

Por fim, Jandira Soares, representante do Departamento Regional de Saúde I e Diretora do Programa de Educação, fez um informe sobre o Plano Regional Integrado (PRI) com intuito de aproximar os Centros de Apoio Regional de Saúde (CARS), a Escola Municipal de Saúde (EMS) e as Escolas Municipais Regionais (EMSR), que coordenam os Núcleos de Educação Permanente (NEP), para que todos possam ajudar na identificação de problemas e priorização dessa discussão do PRI. Este tema será pautado na próxima reunião. Para encerrar, ficou estabelecida que a data da próxima reunião será no dia 19/03 (quinta-feira), no período da manhã.