Hospital do Campo Limpo reduz tempo de internação pela metade

Resultado foi obtido graças à criação de núcleo de regulação e Kanban

Por Luciano Cavenagui

O Hospital Municipal do Campo Limpo (Fernando Mauro Pires da Rocha) reduziu pela metade o tempo médio de permanência de pacientes entre 2014 e 2015. Passou de 13 dias, em 2014, para 6,3 dias em 2015 - queda de 51,53%. Tal redução possibilita atender mais pessoas, pois os leitos têm menos tempo de uso.

E os números continuam a ser positivos em 2016, graças a duas ferramentas que passaram a trabalhar juntas em 2015 e propiciaram esse cenário: NIR (Núcleo Interno de Regulação) e Kanban.

As médias verificadas entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016 mostram o resultado desse trabalho. No departamento de neurologia, o tempo de permanência passou de 14,7 dias para 5,4 dias. Na ortopedia, em fevereiro de 2015, a média era de 9,1 dias, indo para 5,5 dias em fevereiro deste ano.
O NIR (Núcleo Interno de Regulação) tem como objetivo regular com eficiência o uso dos leitos conforme as vagas disponíveis. Leva-se em conta vários fatores, principalmente o quadro médico do paciente. Já o Kanban (termo de origem japonesa que significa literalmente “cartão” ou “sinalização”) é um sistema de sinalização visual para a identificação da complexidade assistencial relacionado ao tempo de permanência do paciente na unidade.
Qualidade assistencial

Coord. Maristela e equipe, junto ao quadro Kanban

Na prática, no Kanban, um quadro em cada departamento monitora a situação dos pacientes e dos leitos. O intuito é não deixar um paciente internado por muitos dias sem necessidade, mantendo sempre a qualidade assistencial. Se o quadro mostrar que um paciente acumula muitos dias, por exemplo, é feita uma força-tarefa para solucionar o caso. Seguindo essa linha, casos simples demandam menos tempo de internação e são monitorados igualmente.
“Pelo menos uma vez por semana equipes dos departamentos se reúnem para conversar sobre a situação e adotar medidas para otimizar o atendimento com qualidade assistencial”, afirmou a coordenadora do NIR Maristela Nakano.
“É importante destacar que todos os funcionários ‘compraram’ essa ideia. Todos estão animados e empenhados com essas novas ferramentas de trabalho e todos os departamentos estão conversando entre si”, ressaltou o responsável pelo Pronto-Socorro Raul Marinheiro.

Os quadros utilizados no Kanban são feitos com materiais recicláveis. Os componentes mais utilizados são madeira, fórmica, quadro branco, papel contact, parafusos e buchas de fixação.