Público aprova III Expo Internacional Dia da Consciência Negra; ‘Representatividade’ é a palavra escolhida para resumir evento

Edição recorde do festival antirracista reuniu mais de 27 mil pessoas no Memorial da América Latina, em novembro, e obteve nota 9 dos visitantes, segundo pesquisa do Observatório de Turismo e Eventos de São Paulo

 Festival antirracista com número recorde de atrações e visitantes, a III Expo Internacional Dia da Consciência Negra foi aprovada pelo público, que deu nota 9 ao evento, e a maioria se sentiu representada (91,7%). É o que mostra pesquisa do Observatório de Turismo e Eventos da SPTuris realizada durante o festival, que ocupou todo o Memorial da América Latina entre os dias 18 e 21 de novembro. As palavras mais citadas pelos visitantes para descrever sua experiência foram “representatividade”, “felicidade” e “pertencimento”. Para 85,8% dos 1,2 mil entrevistados, a Prefeitura deve seguir promovendo e apoiando iniciativas como a Expo.

A terceira edição do festival, um dos braços da política pública São Paulo: Farol de Combate ao Racismo Estrutural, parceria entre as secretarias de Relações Internacionais e Educação, reuniu mais de 27 mil pessoas para participar de debates, atividades multiculturais, feira de afroempreendedores e shows gratuitos de grandes nomes da música como Vanessa da Mata, Baiana System, Mumuzinho e Liniker. O ator e carnavalesco Aílton Graça foi o embaixador da III Expo, ajudando a ampliar o alcance e repercussão do evento, que contou ainda com estúdio ao vivo do +Favela TV e desfiles de moda negra promovidos pela revista Raça Brasil.

A pesquisa de perfil e satisfação dos visitantes é realizada desde a primeira Expo, em 2021, e auxilia no planejamento de cada edição, além de oferecer dados sobre o engajamento dos participantes com a pauta e dos turistas com a cidade. O levantamento mostra um impacto econômico positivo para a capital paulista de cerca de R$ 1,5 milhão apenas com turismo, considerando-se as despesas daqueles que vieram do interior de São Paulo, de outros estados e outros países. O gasto médio de quem acompanhou o festival (23,5% dos entrevistados não moram na capital paulista), incluindo despesas de hospedagem, transporte, alimentação, compras e outras opções de lazer, foi de R$ 1.156,56 durante cerca de 2 dias de permanência média na cidade.

A maioria do público que visitou a Expo era de mulheres (70,3%), pretos e pardos (76,5%) e pessoas de 30 a 39 anos (34,5%).
Em 2023, o evento celebrou e promoveu uma reflexão sobre os 20 anos da Lei 10.639/03, além de debater a sua aplicação efetiva nas escolas. A norma determinou a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileira e foi ampliada posteriormente para incluir a temática indígena; 63,5% dos entrevistados declararam conhecer a legislação e acreditar que ela seja de fato aplicada. Para quem conhece as ações antirracistas da Prefeitura, a maioria (63,5%) disse ver melhora nas iniciativas (para 33,1% não houve mudança e 3,4% notaram piora).

Os quesitos da Expo que obtiveram os melhores índices de aprovação entre todos os 1.205 entrevistados foram credenciamento (98,9%), segurança (98%), limpeza do local (97,3%) e a sonorização nítida dos shows e atividades (94,9%). Para acessar o relatório completo, clique aqui.

“Estamos crescendo ano a ano, e isso aumenta a nossa responsabilidade de entregar uma Expo cada vez melhor. Temos muito orgulho do nosso trabalho, que é construído durante todo ano em busca de uma sociedade menos racista. Agradeço a todos e todas que participaram de nosso aquilombamento”, afirmou a gerente da política pública São Paulo: Farol de Combate ao Racismo Estrutural e coordenadora da Expo 2023, Elaine Gomes.

A Expo em 2023

Ao longo de todo o ano de 2023, a Expo marcou presença realizando “esquentas” para estimular a mobilização antirracista e divulgar a pauta em outras datas significativas, como o Dia da Abolição (13 de maio) e o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho). Foram shows, palestras e debates, com destaque para o lançamento do Manual Antirracista, em março. Elaborado em parceria da SMRI com a Secretaria Municipal de Educação, o manual ajuda a colocar em prática a Lei 10.639 e foi distribuído para professores da rede municipal. Ainda no âmbito do Farol Antirracista, do qual a Expo faz parte, a Cidade de Goiás (GO) aderiu à Declaração de São Paulo de Combate ao Racismo Estrutural em julho.

O evento vem sendo estruturado para ser ainda melhor em 2024. Para a sua quarta edição, a Expo já está fazendo enquetes com o público nas redes sociais, com o intuito de saber quais artistas e palestrantes os paulistanos gostariam de ver no festival. Um novo calendário de atividades para o ano será lançado em breve.