A sede da CEPAL, em Santiago, foi escolhida para receber o primeiro encontro dos Colóquios Sul-Americanos sobre Cidades Metropolitanas – MSur, iniciativa da Prefeitura de São Paulo em parceria com a Comissão da ONU. O colóquio foi realizado entre 27 e 28 de abril e marcou o início da construção de uma nova agenda urbana para a região.

A vice-prefeita Nádia Campeão participou da abertura e reforçou o compromisso de São Paulo nesse processo. “A MSur incentiva a integração na América do Sul por meio da discussão da problemática das cidades, o que é muito atual”, afirmou em entrevista para a equipe de comunicação de Relações Internacionais e Federativas.

Para ela, apesar das articulações no âmbito das redes de cidades e das conferências internacionais, são poucos os fóruns voltados a uma reflexão mais profunda em torno da agenda urbana. “É preciso adotar uma metodologia para que as cidades não percam potência na agenda internacional. A Habitat III acontece no ano que vem e é necessário que os governos locais sul-americanos cheguem nesse debate com força e com nitidez de suas questões. A MSur busca consenso com base em documentos que refletem nossas preocupações e anseios”, afirmou.

A MSur está organizada em quatro colóquios, que serão realizados em alguns espaços simbólicos da integração regional para discutir os eixos temáticos Ecossistemas Urbanos e Sustentabilidade, Desenvolvimento Urbano e Desigualdades Socioespaciais, Economia Urbana e Governo e Governança, Cidadania, Educação e Cultura. Além da sede da CEPAL, a cidade de Quito e a sede do Mercosul, em Montevidéu, também receberão os encontros. O próximo será nos dias 8 e 9 de junho, em São Paulo.

Durante o colóquio em Santiago, o secretário executivo adjunto da CEPAL, Antonio Prado, ressaltou os desafios da América do Sul, continente mais urbanizado do mundo, com 80% de sua população nas cidades. “Esse contexto destaca a importância dos diálogos estratégicos entre as metrópoles sul-americanas, assim como a da leitura conjunta e do intercâmbio de experiências para alcançarmos um futuro urbano sustentável.”

Para Vicente Trevas, secretário-adjunto da Secretaria e coordenador executivo da MSur, o que dá singularidade à proposta da MSur é pactuar uma agenda mais estrutural para as cidades da região. “Durante muito tempo nos debruçamos sobre as boas práticas nas cidades. Elas devem ser consideradas, mas acho que, pela centralidade da questão urbana no século 21, é preciso dar um salto de qualidade e construir políticas públicas mais duradouras”, refletiu Trevas.

A CEPAL e a Prefeitura de São Paulo prepararam um documento-base para cada eixo temático, que deve nortear as discussões ao longo dos colóquios. Esses documentos trazem análises comparativas entre as cidades, cenários, tendências e propostas de ação, embasados em pesquisa técnica e teórica.

“O que a gente observa ao ler esses documentos é que há várias semelhanças na região, a exemplo da temática da sustentabilidade. Os fenômenos de pressão em torno do consumo de recursos naturais, da produção de resíduos e de problemas de saneamento são muitos semelhantes. É um padrão de desenvolvimento urbano que se repete”, concluiu a vice-prefeita Nádia campeão.

Participação
Além dos quadros técnicos das prefeituras de Santiago, Valparaíso e da província de Biobío (Chile), Moron, Quilmes e Córdoba (Argentina), Canelones (Uruguai) e Canoas, Jaboatão de Guararapes e São Paulo (Brasil), a MSur também contou com a presença de políticos, vereadores e representantes de governos nacionais e locais.

No caso de São Paulo, os secretários Wanderley Meira do Nascimento (Verde e Meio Ambiente) e Eduardo Suplicy (Direitos Humanos) também integraram a delegação da Prefeitura. Ainda estiveram no encontro o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Donato, os vereadores Aurélio Nomura, José Police Neto e Ricardo Young e o presidente da Escola do Parlamento da Câmara Municipal, Christy Pato.

Veja o registro do 1º Colóquio da MSur - Ecossistemas Urbanos e Sustentabilidade