Cidade de São Paulo vai sediar principal reunião ministerial do G20

Em fevereiro de 2024, prédio da Bienal será palco da 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais; capital paulista também sediará eventos do Urban 20 e outros grupos de engajamento ligados à entidade que reúne as maiores economias do planeta

Entre os dias 28 e 29 de fevereiro de 2024, a cidade de São Paulo vai receber a 1ª Reunião de Ministros de Finanças e de Presidentes de Bancos Centrais do G20, no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera. O encontro faz parte da programação da presidência brasileira do grupo que reúne as maiores economias do mundo e é o mais importante antes da Cúpula de Chefes de Estado e de Governo marcada para novembro, no Rio de Janeiro.?

A reunião de ministros de finanças resume o propósito original do G20, que nasceu como um fórum ministerial em torno do enfrentamento de uma série de crises econômicas no fim da década de 1990, e reflete a sua essência enquanto arranjo multilateral de coordenação das decisões econômicas e financeiras globais. Além disso, essa reunião é relevante porque será a primeira da trilha financeira sob a presidência brasileira do G20 e irá imprimir o tom das discussões dos principais líderes mundiais ao longo do ano. As decisões ali tomadas podem determinar os rumos da economia do planeta no próximo ano.

O Brasil assumiu o comando do G20 no início de dezembro e realizou os primeiros encontros de trabalho ao longo da última semana, em Brasília, entre os dias 11 e 15. São esperados em São Paulo mais de 500 delegados para os eventos de fevereiro, que iniciam nos dias 26 e 27 com a reunião de vice-ministros de finanças, seguida pelos titulares dos ministérios e presidentes de Bancos Centrais.

Ao todo, serão mais de 120 eventos durante 2024 em 13 cidades-sede em todas as regiões do País. O cronograma inclui 93 reuniões técnicas, 26 videoconferências, dez encontros de vice-ministros e 23 reuniões ministeriais, além da Cúpula de Chefes de Estado e de Governo.

Os debates do G20 estão organizados nas chamadas “trilhas” e reuniões temáticas paralelas, dos grupos de engajamento. Há a “Trilha de Sherpas”, que abre o caminho para as negociações e forma a agenda da cúpula, e a “Trilha de Finanças”, que debate questões macroeconômicas e propõe iniciativas conjuntas. Além disso, existem 12 “Grupos de Engajamento” temáticos que compõem o G20 Social e reúnem atores não-governamentais e diversos grupos da sociedade civil dos países-membros.

Um dos principais fóruns de coordenação geopolítica do planeta, o G20 é formado por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e duas redes regionais: a União Africana e a União Europeia. Os membros do G20 representam cerca de 85% do Produto Interno Bruto (PIB) global, mais de 75% do comércio e cerca de dois terços da população mundial. É a primeira vez que o Brasil ocupa a presidência temporária do grupo, até o fim de 2024.

As reuniões vão debater as propostas apresentadas pela presidência brasileira, incluindo combate à desigualdade; coordenação de políticas macroeconômicas e financeiras para o crescimento sustentável e inclusivo; mecanismos de aceleração das transições sustentáveis; adaptação da infraestrutura às mudanças do clima e contribuições à redução da pobreza.

“São Paulo responde sozinha por cerca de 10% do PIB nacional, é o coração financeiro do país, mas a cidade terá papel decisivo não apenas nessa área”, afirmou a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy. “Vamos capitanear os debates em torno do desenvolvimento urbano ao lado do Rio de Janeiro, recebendo o Urban 20, e devemos acolher ainda outros grupos de engajamento, como os dedicados a startups e a institutos de pesquisa e think thanks.”


Urban 20 (U20)

Os 12 Grupos de Engajamento do G20, cada um com suas particularidades, desempenham papel fundamental no âmbito da participação da sociedade civil nos debates do G20. Por meio de aproximadamente três reuniões por grupo espalhadas pelo país em 13 cidades-sede, são discutidas e planejadas ações e realizadas trocas de experiências e melhores práticas, além de favorecer novos negócios e a cooperação internacional.

A Urban 20 (U20) é coordenada pela C40 de Grandes Cidades, rede global de prefeitos para enfrentar a crise climática, e pela CGLU (Cidades e Governos Locais Unidos), maior organização de governos locais e regionais do mundo, conhecida como a “ONU das Cidades”. A primeira reunião do grupo em 2024, na capital paulista, será no fim de maio.

São Paulo terá a copresidência do U20 ao lado do Rio de Janeiro, que sediará a derradeira reunião em novembro. Representando a Prefeitura de São Paulo, a Secretaria Municipal de Relações Internacionais está atuando na preparação das agendas do U20 para facilitar a cooperação duradoura entre o G20 e as cidades, aumentar o perfil das questões urbanas na agenda de intercâmbio internacional, ampliar a voz e protagonismo das cidades e desenvolver uma mensagem coletiva que influencie as negociações do G20.