Sistema para reduzir a evasão escolar e incentivo à coleta de materiais recicláveis vencem Hackaton da Virada ODS

Foram 36 horas de evento, com apoio de 25 mentores; vencedores dos dois desafios (socioeconômico e socioambiental), pela participação, recebem prêmios de R$10 mil; os grupos que ficaram nas duas primeiras posições do desafio socioambiental receberão 10 meses de aceleração no Programa Green Sampa

 
A Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Relações Internacionais, promoveu neste final de semana (8, 9 e 10 de julho) a Virada ODS em toda a Cidade de São Paulo.

Dentro da Virada, e com apoio da UNICEF, UNODC, FAO, PNUMA e patrocínio do Banco Cora, aconteceu uma maratona de 36 horas de desenvolvimento de soluções tecnológicas, conhecida como o Hackathon da Virada ODS.

A abertura dos trabalhos do hackathon tecnológico, aconteceu já na sexta feira com um meetup de abertura que contou com várias palestras inspiradoras sobre o propósito e os temas. Luís Felipe Mendes (SMRI), Assessor de Assuntos Internacionais Multilaterais, Júlia da Motta (SMDET), Coordenadora de Desenvolvimento Econômico, Tônico Novaes, CEO da Campus Party, Igor Senra, CEO do Banco Cora, Rafael Zavala, Representante da FAO no Brasil, Felipe Gonzalez, Oficial do UNICEF para o 1MiO, Rodrigo Araújo, Analista de Prevenção ao Crime do UNODC e a Heloisa Schurmann, da Família Schurmann representando a Voz dos Oceanos/PNUMA.

No sábado, foi o dia de mãos à obra para nossos desenvolvedores. O hackathon da VIrada ODS estava dividido em 2 temáticas, o socioeconômico, que pensa em como garantir a transição positiva para o mundo do trabalho pautada pela integridade, e o socioambiental, que quer fazer o rastreamento de poluição plástica da fonte ao oceano usando Ciência cidadã.

Mais de 200 pessoas das mais diversas áreas de conhecimento se inscreveram na maratona e apenas 100 foram selecionadas. Desta seleção, participaram do evento 54 pessoas divididas em 11 equipes.

Durante as 36 horas de evento mais de 25 mentores, que são profissionais das mais diversas áreas que se voluntariaram e se revezaram entre os grupos de participantes ouvindo e ajudando os jovens a lapidar suas idéias até a entrega final. "Hackathons são experiências completas de empreendedorismo no formato mais compacto, democrático e eficiente que temos na atualidade'' disse Vitor Muramatsu, Psicólogo e consultor de negócios de impacto, que esteve no evento como mentor ajudando a lapidar as ideias desses jovens desenvolvedores.

 

Desafio socioeconômico

O grupo vencedor do desafio socioeconômico foi o grupo Ágape, formado por Alexandre Petrachini, Lucas César Varani Francisco, Anna Redistuo, Marina Panham, Marcelo Annunciação e Matheus Silva que desenvolveu um sistema de match com machine learning, entre escolas da rede pública de ensino do Estado de São Paulo e profissionais voluntários de diversas áreas de conhecimento, com o objetivo de reduzir a evasão escolar e auxiliar políticas públicas existentes.

Para solucionar o problema, reduzir a evasão escolar e garantir a transição positiva dos estudantes para o mercado de trabalho, o sistema Ágape possibilita o match entre as escolas da rede pública de ensino - que cadastram suas demandas no sistema, como a necessidade de um professor de música para conduzir uma oficina de música -, e os profissionais voluntários - que podem criar perfis e se candidatar às oportunidades de acordo com sua área de atuação. O processo de seleção é realizado entre a própria escola que publicou a oportunidade e o profissional voluntário.

O segundo lugar do desafio socioeconômico foi o "1º Trampo" formado por Adriano Martins dos Santos,Leandro Machado Costa, Willian Araujo Pilar, Sueli Regina Sulzbach e Vinicius Nascimento de Almeida.

Nossa plataforma é um clube de assinatura para aproximar o jovem do 1º emprego e propõe que com apenas R$1,00 por dia você tem a oportunidade de empregar um jovem por mês.

Eles querem custear o 1º mês de salário do jovem com essas assinaturas poderiam ser realizadas tanto por pessoas físicas ou jurídicas que poderiam inclusive buscar o jovem na nossa plataforma. Depois do 1º mês a ideia é que a empresa custeie uma comissão de 10% para a plataforma.

A plataforma propõe capacitar o jovem, identificar um trabalho ideal e acompanhá-los semanalmente recebendo o Feedback.

Desafío socioambiental

O grupo vencedor do Desafio socioambiental foi o grupo Projetos Resíduos Identificados ou Resíduos ID e é formado por Erica Lima, Jeniffer Moura, Jeff Prestes e Renan Bonaldi.

A ideia do projeto é incentivar a coleta e o total rastreio dos materiais recicláveis, desde a coleta inicial em grandes dispensadores como condomínios e/ou empresas, passando pela triagem nas cooperativas, até a destinação final nas recicladoras.

Para tanto, o grupo usou bots no Whatsapp com inteligência artificial e NFTs no Blockchain Ethereum para registro das etapas.

O resultado do projeto é a melhora na comunicação entre catadores e cooperativas, rastreabilidade e transparência no processo de reciclagem, o recebimento de créditos pela logística reversa, fornecimento de dados ao poder público, ONGs e organismos internacionais como a FAO/ONU e distribuição de incentivos e patrocínios via moeda social aos catadores.

A equipe que ficou em segundo lugar foi a Green Detect formada por Bárbara Werlang, Daniel Medeiros, Eduardo VogelLeonardo Ferreira Vasconcellos e Yemi Freitas Oni, que se propuseram a resolver o problema na fonte, incentivando as pessoas a adotarem hábitos mais sustentáveis através de um jogo divertido para conseguir mudanças significativas na sociedade. Usamos uma tecnologia de machine learning (H2O) nas imagens de satélite e identificado pelo pelos nossos detetives que identificam a partir de denúncias no aplicativo. Identificamos o lixo nas ruas por satélite e nas camêras dos nossos detetives, que irão armazenar dados suficientes para alimentar a base e nosso machine learning, diminuindo a concentração de resíduos plásticos, tanto no oceano como no meio urbano. Para acompanhar nossa jornada, o detetive Charlie, nossa Inteligência Artificial guiará nossos detetives a encontrar as pistas para um mundo mais sustentável.

Como prêmio pela participação da maratona, foram oferecidos prêmios de R$10.000,00 (dez mil reais) para os grupos que ficaram em 1º lugar de cada desafio e além disso, os grupos que ficaram nas duas primeiras posições do desafio socioambiental receberão 10 meses de aceleração no Programa Green Sampa, com oficinas, masterclasses, mentorias individuais, participação em eventos, rodadas de negócios e também o serviço ativo de networking com iniciativa pública e privada. Para os dois primeiros grupos do desafio socioeconômico, haverá integração na coordenação do Hackeando pela Integridade, evento que será organizado na cidade de São Paulo pelo UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime), em setembro de 2022.

O evento aconteceu no Teia Hub Green Sampa, um espaço de inovação da Prefeitura de São Paulo que fica ali na Rua Sumidouro 580 em Pinheiros.