Dia da abolição: Estudantes da Rede Municipal realizam visita guiada à exposição “Contramemória” no Theatro Municipal

Somando-se à política pública “São Paulo, Farol de Combate ao Racismo Estrutural”, a exposição busca reler, de forma crítica, a Semana de Arte Moderna de 1922, incluindo na discussão outras histórias e protagonismos, principalmente da população negra

Nesta sexta-feira (13/05), data em que se celebra o Dia da Abolição da escravatura, as Secretarias Municipais de Relações Internacionais, Educação, e Cultura levarão 4 turmas de 50 alunos do Sistema Municipal de Ensino para visitar a exposição “Contramemória” no Theatro Municipal. A intenção é mostrar aos estudantes outra narrativa sobre a data.

A exposição pretende reler, para o contexto atual, o ambiente cultural da Semana de Arte Moderna de 1922, realizada no Theatro Municipal de São Paulo, 100 anos atrás. A mostra conta com aproximadamente 117 obras de artistas negros, indígenas, trans, mulheres e de várias gerações.

As visitas serão guiadas pelo curador da exposição, Jaime Lauriano, e pelo diretor artístico da Fundação Theatro Municipal, Bruno Imparato.

Na mesma linha da “Contramemória” está a Expo Internacional Dia da Consciência Negra, promovida pela Secretaria Municipal de Relações Internacionais, que tem o objetivo de conscientizar a população e posicionar a cidade de São Paulo como baluarte do debate e das ações de combate estrutural no país e na América Latina.

Sua primeira edição foi realizada em novembro de 2021. Neste ano, a mostra acontecerá entre os dias 17 e 20 de novembro no Pavilhão do Anhembi na Zona Norte da capital.

“As pessoas vão olhar e pensar outras narrativas, outras dores, outras resistências, o que foi a chamada abolição e o porquê de as pessoas negras viverem na condição atual, algo que veio desse passado em que ficaram sem-terra e sem alfabetização. Estamos debatendo profundamente o racismo estrutural”, afirma Marta Suplicy, secretária municipal de Relações Internacionais.

“Nosso papel é oferecer subsídios para que nossos estudantes discutam o racismo e, sobretudo, passem a adotar práticas antirracistas. Por isso, essa ação tem muito a acrescentar ao trabalho e debates que já estamos realizando”, diz o Fernando Padula, secretário municipal de Educação.

“A exposição traz para o Theatro Municipal, símbolo da Semana de 22, quem ficou de fora: as mulheres, os negros, os indígenas”, afirma a secretária Aline Torres. “Estamos ressignificando o espaço, o conceito de modernismo, e introduzindo e valorizando novos protagonistas, artistas que não estariam na Semana de 22 há um século”.