Jardins de chuva são apresentados durante conferência internacional da Prefeitura de São Paulo sobre mudanças climáticas

O secretário das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, falou sobre soluções de microdrenagem baseadas na natureza implantadas na cidade

 A Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) apresentou, nesta sexta (08), projeto de implantação dos jardins de chuva na cidade de São Paulo, durante o painel “Infraestrutura Urbana”, na Pré-COP26. A conferência internacional, organizada pela Secretaria Municipal de Relações Internacionais e promovida pela Prefeitura, discute os principais assuntos da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a ser realizada em novembro em Glasgow, no Reino Unido.

“Iniciamos uma série de ações disruptivas baseadas na Agenda 2030, que prevê cumprir objetivos de desenvolvimento sustentável pactuados junto à Organização das Nações Unidas”, disse Modonezi.

Dentre as iniciativas, destacam-se os jardins de chuva. “A partir do mapeamento das áreas inundáveis na cidade realizado em parceria com a USP, começamos a colocar em prática ações regionais, de baixo custo, que trazem melhorias no calor e agem para captar as águas pluviais”, explicou.

O projeto busca soluções naturais para contribuir com a redução dos alagamentos e enchentes na capital. Para diminuir o impacto, a cidade dispõe dessas áreas verdes inovadoras para ampliar a permeabilidade urbana.

Os jardins filtram a água para uma rede de drenagem subterrânea e evitam o acúmulo na superfície. Também ajudam a promover o lazer, bem-estar e biodiversidade nos bairros. Atualmente, há 153 unidades espalhadas pelas Subprefeituras.

O secretário ressaltou outras soluções de microdrenagem baseadas na natureza, como os bosques de conservação urbana, vagas verdes, biovaletas, calçadas com poços de infiltração, land art e escadarias verdes encontrados na região central.

 

GeoInfra

Também foi abordado o funcionamento do sistema GeoInfra, implantado pela SMSUB em 2019. A plataforma autoriza e monitora obras na malha viária, calçadas, subterrâneo e redes aéreas realizadas por concessionárias, de maneira digital e eficiente. O serviço, que já registrou 42.835 obras até o momento, é inédito em São Paulo.

“O GeoInfra possibilitou inovação em termos de gestão e atuação das concessionárias, que, agora, têm de adotar o uso de materiais reciclados. O resultado é a redução de custos e o incentivo à economia circular”, disse o secretário das Subprefeituras.

Monitoramento de piscinões e túneis

Ainda inserido no tema “Infraestrutura Urbana”, Modonezi falou sobre outras ações tecnológicas que contribuíram para o avanço da gestão. “Há um ano e meio, a cidade de São Paulo iniciou processo de modernização do monitoramento e controle dos piscinões e túneis na capital”.

O monitoramento dos equipamentos tem o objetivo mantê-los em pleno funcionamento, principalmente em dias de chuva. Por meio do sistema, é possível acompanhar à distância o nível e vazão da água, o funcionamento das motobombas (responsáveis pelo escoamento), identificar possíveis obstruções e falhas mecânicas. Essa análise é feita nas dependências da SMSUB, pelo Centro de Controle Operacional (CCO), e acontece diariamente. Com as informações, a SMSUB pode viabilizar ações emergenciais como limpeza e reparos de equipamentos de drenagem, e se precaver para possíveis consequências das chuvas.

O painel “Infraestrutura Urbana” da Pré-COP26

Participaram do debate o meteorologista Michael Pantera, do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo, o geólogo e mestre em Geologia pelo Instituto de Geociências da USP, Ronaldo Malheiros, a doutora Tatiana Tucunduva, mestre em Saúde Pública e colaboradora do Centro de Síntese USP Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados, e o doutor Flávio Leal, mestre em Engenharia Civil e professor Doutor da USP do Departamento de Engenharia de Construção Civil.