São Paulo busca mais articulação entre espaço urbano e transporte

Com os instrumentos do PDE, a cidade quer superar o atraso no planejamento urbano e na mobilidade. Para o prefeito Fernando Haddad, é importante “republicanizar” o solo urbano e diversificar modais.

São Paulo é uma gigante de 11 milhões de habitantes, reconhecida internacionalmente como polo cultural e de negócios. Apesar disso, a cidade passou anos sem inovar em questões centrais para o desenvolvimento urbano, como a mobilidade.

No entanto, o tema tem tido cada vez mais relevância: ele é estratégico na implementação do novo Plano Diretor e um dos grandes objetivos do Programa de Metas – são 11 metas para melhorar a mobilidade e priorizar os meios públicos de transporte. E também já mostra alguns avanços, como os 368.5 km de faixas exclusivas de ônibus entregues até dezembro de 2014, superando a meta de 150 km inicial do Programa de Metas. As ciclovias, parte do SP 400km , já contam com uma malha de mais de 200 km espalhados pela cidade. No âmbito da tecnologia, a capital paulista também inova com o MobiLab .

O investimento municipal em mobilidade redeu o reconhecimento, em janeiro deste ano, no 10º Prêmio de Transporte Sustentável, do Institute for Transportation and Development Policy (ITDP), que une governo, indústria e academia nos EUA. O prêmio foi entregue em Washington para Ciro Biderman, da SPTrans.

“Estamos chamando a atenção de uma maneira um pouco paradoxal, porque São Paulo ficou muito parada em relação às outras cidades no que se refere à mobilidade. Nos últimos 10 anos se fez muito pouco no tema”, explicou Biderman em entrevista à equipe de Relações Internacionais e Federativas.

Com a sanção do novo Plano Diretor Estratégico (PDE), em julho de 2014, São Paulo aposta na ampliação e qualificação do conjunto de sistemas de mobilidade urbana, noção implícita nos chamados corredores urbanísticos, que pretendem integrar mobilidade ao desenvolvimento urbano, articulando os grandes eixos de transporte com habitação, serviços e equipamentos públicos. Trata-se de um esforço para redesenhar a cidade de forma a superar o padrão radiocêntrico.

“Bairros homogêneos demais são ruins para a cidade: a ideia dos bairros-dormitório e dos bairros onde o emprego está concentrado exige um padrão de mobilidade que é impossível de atender”, analisou o prefeito Fernando Haddad durante palestra na Escola da Cidade, em maio de 2014. Na ocasião, o prefeito comentou sobre a necessidade de “republicanizar” o solo urbano, com a diversificação de modais e o fomento de bairros multifuncionais.

Dentro do escopo do PDE, está previsto o acompanhamento da implementação das diretrizes do Plano Municipal de Mobilidade (PlanMob), que será lançado em abril deste ano e que obedece a Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei federal 12.587/12), cujo objetivo é melhorar os deslocamentos dentro das cidades e privilegiar ações voltadas ao transporte coletivo.

Conheça melhor o PDE e o que propõe para mobilidade:  http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/texto-da-lei-com-hyperlinks/