São Paulo busca mais tecnologia para soluções na mobilidade

Segundo Ciro Biderman, da SpTrans, o investimento significará ganho em eficiência no futuro. Iniciativas da capital paulista, como o Mobilab, já contam com prêmios internacionais

 Neste momento, muitas cidades do mundo estão pensando seus futuros em temas como mobilidade e desenvolvimento urbano. Londres é uma delas. A capital britânica vem se tornando referência na criação de clusters tecnológicos com o objetivo de fomentar articulações entre governo, indústria e academia no desenvolvimento tecnológico dos centros urbanos.

Uma dessas iniciativas é a Future Cities Catapult, ação pioneira ligada ao Tech City, polo fomentado com recursos públicos, que conta com um espaço físico para gerar novas experiências. Com a missão de ser centro de excelência em inovação urbana e pensar em sistemas integrados, o Future Cities tem desenvolvido pilotos baseados na manipulação de dados abertos e criação de ferramentas inteligentes.

São Paulo entra no mapa da inovação com o Laboratório de Tecnologia e Protocolos Abertos para Mobilidade Urbana (MobiLab), ação baseada em metodologia pioneira dirigida pela SPTrans. O espaço funciona como um coworking onde grupos de trabalho manipulam dados abertos e desenvolvem ferramentas que, no longo prazo, podem ser centrais para a otimização da mobilidade. Este fluxo coloca a municipalidade no centro da articulação entre pesquisas acadêmicas e participação da sociedade civil.

Ciro Biderman, coordenador do laboratório e chefe de gabinete da SPTrans , destaca que além de ações lideradas pelos governos, as articulações da indústria também devem ser levadas em consideração, embora os investimentos em pesquisa e aplicação tenham múltiplas destinações.

“Isso que ficou chamado de Intelligent Transport Systems (ITS) é bem consolidado hoje em dia, mas não necessariamente tem um viés para o transporte público -- ele é generalizado e nos EUA, inclusive, a indústria tem muito mais produto para o transporte motorizado individual do que para o público. Mas obviamente como as cidades estão mudando, a visão muda também”, analisou em entrevista concedida à equipe de Relações Internacionais e Federativas.

Sobre os investimentos em tecnologia, colocou a importância de se pensar na mobilidade no longo prazo e fomentar soluções que otimize os fluxos dentro das cidades. “No longo prazo eu acho que nós temos potencialmente ganhos de eficiência consideráveis a serem obtidos. Quando eu ganho eficiência, eu posso ou melhorar a qualidade ou reduzir custo”, analisou.

O MobiLab já conta com dois reconhecimentos internacionais.
No ano passado, ganhou o Smart Mobility Entreprize na categoria Cidade Empreendedora. Em janeiro deste ano, foi reconhecido como parte importante das ações de São Paulo em sustentabilidade nos transportes pela Transportation Research Board, órgão ligado ao governo norte-americano.