SP 461: Equipamento municipal inovador atende imigrantes recém-chegados à capital

O Centro de Referência e Acolhimento para Imigrantes e o Centro de Acolhida, situados no mesmo espaço na Bela Vista, oferecem abrigo provisório, capacitação e apoio na busca pela autonomia

 O acolhimento e a integração de imigrantes que chegam a São Paulo são o mote de uma política pública pioneira que vem se desenvolvendo na região da Bela Vista, centro da cidade.

O Centro de Referência e Acolhimento de Imigrantes (CRAI) e o Centro de Acolhida do Imigrante são dois serviços municipais que operam no mesmo espaço, viabilizados pela parceria da Prefeitura de São Paulo com o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras).

Entre novembro de 2014 e janeiro deste ano, o CRAI atendeu 261 imigrantes, segundo a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Das 38 nacionalidades atendidas, destacam-se congoleses, haitianos e bolivianos, que juntos contabilizam quase metade dos imigrantes apoiados na emissão de documentos, encaminhamento a postos de trabalho e inclusão em programas sociais.

Com 110 vagas, o Centro de Acolhida do Imigrante oferece hospedagem provisória, banho, alimentação e assistência social e jurídica aos recém chegados. A operação é realizada em conjunto com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social. Em funcionamento desde agosto, o local já recebeu mais de 250 pessoas, de 26 nacionalidades. Entre os países mais expressivos em número de migrantes estão Haiti, Congo, Síria, Angola e Irã. Os acolhidos são em sua grande maioria homens (80%), casados, com idades entre 18 e 45 anos.

Os novos moradores têm aulas de português nas dependências do centro e são encaminhados para cursos de capacitação. Segundo a coordenadora Carla Aguilar, metade dos imigrantes atendidos no espaço já está no Pronatec e em outros cursos do poder público. A permanência no equipamento é o tempo necessário para que o imigrante consiga emprego e estabilidade.

Muitos vêm de regiões em conflitos de natureza étnica, política e econômica e chegam ao Brasil de forma precária e arriscada – por exemplo, escondidos nas casas de máquina dos navios. “Eles não escolheram vir para cá. Grande parte das pessoas nem sabe que está chegando ao Brasil e passa por todo o tipo de problema no porto de Santos”, explica Aguilar. Mais da metade dos moradores do Centro é solicitante de refúgio; 34% entraram no país com visto humanitário.