Lançado em 2007, o principal objetivo do Plano Urbano de Rosário, na Argentina, é promover o desenvolvimento urbano equilibrado, com a definição de critérios e regras aprovados em conjunto com a sociedade e válidos por 10 anos.

Antes desse projeto, havia o Plano Regulador, sancionado em 1967. Durante 40 anos, foi esse documento que orientou o crescimento da cidade, sem considerar, no entanto, as rápidas transformações culturais, econômicas, sociais e ambientais.

“Até pouco tempo, a região portuária era segregada da cidade pela linha férrea desativada e por um imenso muro. As regiões norte e sul tinham apenas uma interligação, por meio de um túnel antigo. As pessoas não usufruíam de espaços públicos à beira do rio”, explica Pablo Barese, arquiteto e Secretário de Planejamento de Rosário, durante uma visita técnica pela cidade com a delegação de São Paulo.

Para implementar um dos projetos mais ambiciosos do Plano Urbano de Rosário, foi preciso transferir grande parte das atividades econômicas do porto para outros municípios da região metropolitana, de onde saem mais de 70% de toda a produção de grãos da Argentina, um dos maiores produtores agrícolas do mundo.

A dois anos de completar o projeto, já é possível ver as transformações em toda a extensão da antiga área portuária. Hoje, não há mais muros que impeçam apreciar o rio Paraná e norte-sul começam a se interligar por meio da construção de um passeio público de 12 km pela costa.

“A cidade tem de 12 a 15 m² de área verde por habitante, o mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Queremos aumentar esse indicador, especialmente nas áreas mais vulneráveis, onde esse número cai para 7 m² de área verde por habitante”, afirma Pablo Barese.

A IX BIAU foi realizada em momento simbólico desse processo e ocupou, pela primeira vez, os galpões reformados do antigo porto, recém-inaugurados. O parque em frente aos galpões foi concluído há apenas 6 meses e já conta com a freqüência fiel de crianças, jovens e adultos.

Relações com São Paulo

“Sou um admirador da cidade de Rosário, pela cidade em si, por sua relação com o rio, que me faz sentir próximo porque venho de São Paulo, onde nosso rio mais importante é um afluente do Paraná. Então sempre penso que um dia será possível pegar um barco em São Paulo e chegar até Rosário.” Foi assim que o arquiteto paulista Angelo Bucci definiu sua ligação com Rosário, em entrevista para a organização da IX BIAU.

Há mais confluências entre as duas cidades, especialmente no que diz respeito a um projeto de reocupação de espaços públicos.
Apesar de grandes diferenças, a começar pelas dimensões de São Paulo, com seus 11 milhões de habitantes, e Rosário com pouco mais de um milhão, as cidades compartilham a defesa de um projeto urbano voltada para justiça social e qualidade de vida.

O tema do direito à cidade, dessa forma, une interesses de ambas os municípios, em busca de experiências que possam contribuir para o desenvolvimento urbano democrático e humano.

Conheça o Plano Urbano de Rosário 2007-2017
http://www.rosario.gob.ar/sitio/arquitectura/urbanismo/menu_pur.jsp

Acesse o site oficial da IX BIAU
http://ixbiaurosario2014.org/

Leia o Especial IX Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo