Delegação da cidade de Durban esteve em São Paulo entre os dias 28 e 30 de julho para continuar o projeto de cooperação entre a capital paulista e a cidade sul-africana na temática da requalificação de assentamentos informais.
Neste projeto, iniciativa da rede de cidades Metropolis, São Paulo desempenha o papel de mentora de Durban desde 2011. A comunidade sul-africana de Welbedagt foi piloto da iniciativa por ser uma localidade com baixa densidade populacional.
Na segunda (28), os participantes foram recebidos pelo secretário de Habitação, José Floriano de Azevedo Marques Neto, que expôs em linhas gerais algumas das diretrizes da política habitacional paulistana, bem como a meta da atual gestão de construir 55 mil unidades habitacionais.
O subsídio federal proporcionado pelo programa Minha Casa, Minha Vida foi mote da apresentação. Segundo José Floriano, este é “o programa mais ousado que o país já teve”. Se São Paulo compõe um quadro específico devido ao alto custo da terra, a política habitacional “não é específica, ela acontece no âmbito da União. É o que acontece no Brasil todo”, ressaltou o secretário. Atualmente, o programa federal repassa 76 mil reais para a construção de cada unidade habitacional.
Delegação sul-africana, composta por técnicos e acadêmicos, teve contato com as políticas habitacionais da cidade.
Durante apresentação dos resultados atingidos pela cidade sul-africana, Laura Hunt, Arquiteta Sênior da Unidade de Arquitetura e Engenharia de Durban, destacou um dos grandes ensinamentos que São Paulo proporcionou nos últimos três anos, no que se refere ao uso sustentável da terra. “São Paulo nos ensinou que você não desperdiça a sua terra”, disse.
Durante a tarde, houve seção de monitoria com a Diretora do Departamento de Produção Habitacional, Maria do Carmo Avesani, que explicou em detalhe o programa Minha Casa, Minha Vida , que entre sua primeira e segunda fase já construiu mais de 3 milhões de unidades habitacionais.
Na sequência, Sérgio Henrique Cançado de Andrade, superintendente executivo da Caixa, apresentou a atuação do banco no setor de entre crédito imobiliário em relação ao programa de habitação. “Os financiamentos de novos bancos são fundamentais para acabar com o déficit habitação; no entanto estes bancos não possuem a mesma experiência de políticas públicas que a Caixa”, destacou.
Na terça (29), a delegação sul-africana teve a oportunidade de conhecer em detalhes o Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo, sancionado no dia 31 de maio pelo Prefeito Fernando Haddad e o funcionamento das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIs). No viés social, o destaque foi para a apresentação do programa de Braços Abertos, parte da política de redução de danos da capital paulista.
No dia seguinte, os participantes fizeram visita técnica à comunidade de Sapé, localizada na região do Butantã, que está sendo urbanizada. Ao todo serão construídas no local 658 unidades habitacionais.