São Paulo apresenta ações de mobilidade no 7º Fórum Urbano Mundial na Colômbia

Prefeito Fernando Haddad participou de mesa-redonda nesta terça-feira (8) com líderes de outros países, durante o segundo dia do Fórum Urbano Mundial em Medellin, na Colômbia

 O tempo livre para o lazer e as questões de mobilidade urbana, sustentabilidade, educação, saúde e a autonomia das grande metrópoles em relação aos governos centrais foram os principais temas apresentados pelo prefeito Fernando Haddad nesta terça-feira (8), na mesa-redonda que abriu o segundo dia do 7º Fórum Urbano Mundial, em Medellin, na Colômbia. O debate contou com a participação dos prefeitos de Santiago (Chile), Carolina Tohá Morales; Budapeste (Hungria), István Tarlós; Nanquim (China), Miao Ruilin; e Barcelona, Xavier Trias. O evento é organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Em sua apresentação, o prefeito Fernando Haddad falou sobre a importância da diminuição do tempo de deslocamentos em uma metrópole. “Com a aplicação de mais de 300 quilômetros de faixas e corredores exclusivos para o transporte público, os trabalhadores de São Paulo ganharam 19 minutos em média por trecho de deslocamento, 38 minutos em um dia e quatro horas por semana. Esta é uma conquista que as centrais sindicais brasileiras pleiteiam há décadas: a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais”, disse Haddad.

O prefeito de São Paulo qualificou a decisão de priorizar o transporte público como difícil e radical. “Não recomendo implementá-la em final de mandato. A popularidade da administração cai. Sobretudo na minha cidade, onde 50% dos paulistanos se deslocam para o trabalho de carro”, afirmou.

Ainda sobre a questão da mobilidade urbana, Haddad falou da necessidade de incentivar a construção de moradias populares e de gerar opções de trabalho nas periferias das grandes cidades. “Como em São Paulo, a tendência da especulação imobiliária é sempre de expulsar os trabalhadores das áreas beneficiadas com equipamentos públicos”.

O prefeito de São Paulo defendeu uma legislação de uso e ocupação do solo, de forma a permitir que a municipalidade implante projetos habitacionais de interesse social em áreas nobres da cidade e próximas aos postos de trabalho. Da mesma forma que defendeu uma política de incentivos fiscais para implantação de postos de trabalho em regiões onde não há opção de emprego ou equipamentos públicos.

Para finalizar, Fernando Haddad fez coro à maioria dos prefeitos das grandes metrópoles presentes em Medellin e reiterou que as cidades enfrentam um desequilíbrio federativo em relação aos governos centrais. “Temos um sério problema institucional para recuperar a capacidade de investimento e a autonomia fiscal”, concluiu.

Financiamento do transporte coletivo
O prefeito Fernando Haddad defendeu, no Fórum e em entrevista ao site El Colombiano, a municipalização dos impostos sobre combustíveis como forma de financiar o transporte público, principalmente no caso da CIDE (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico). O modelo defendido para a capital paulista se aplica em praticamente todas as metrópoles latino-americanas.

Agenda
Além da mesa-redonda, ainda nesta terça-feira o prefeito Fernando Haddad participa de visitas técnicas nas comunidades de Moravia e Santo Domingo Savio. Na quarta-feira (9), a partir das 8h, o prefeito Haddad participará da mesa ‘Cooperação entre cidades latino-americanas – Financiamento do Transporte Público: Desafios e Oportunidades’. O evento, que acontece no Hotel San Fernando Plaza, já tem 60 representantes de cidades latino-americanas confirmados.

Para representar a cidade, além do prefeito Fernando Haddad estão presentes os secretários José Floriano de Azevedo Marques Neto (Habitação), Fernando de Mello Franco (Desenvolvimento Urbano), Leonardo Barchini (Relações Internacionais) e Nunzio Briguglio (Comunicação).

Fórum Urbano Mundial
Realizado a cada dois anos, o Fórum Urbano Mundial é o evento sobre cidades e desenvolvimento urbano mais importante do mundo. O evento conta com atividades diversas como mesas redondas, capacitação e assembleias de jovens, de gênero e de negócios. Organizado pela ONU-Habitat, a 7ª edição deverá reunir mais de 25 mil pessoas de mais de 160 países. Além da discussão da agenda de desenvolvimento pós-2015, o evento é o último antes do Habitat III, que acontece a cada 20 anos.