A SMIRF recebeu no dia 10/03 o professor Patrick Le Galès, da instituição francesa Science Po. A vinda do pesquisador, no Brasil há um mês, deve-se ao andamento de um estudo comparativo para compreender padrões de governança em grandes metrópoles.
A pesquisa engloba cinco regiões metropolitanas - São Paulo, Cidade do México, Paris, Londres e Istambul - e é feita em conjunto com o professor Eduardo Marques (USP), pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole, também presente na conversa.
O assessor especial de Relações Metropolitanas, Mário Reali, abriu os trabalhos destacando as dificuldades de fluxo e articulação dentro da região metropolitana de São Paulo, que abarca 39 municípios. “Os desafios para São Paulo passam por uma maior articulação e integração da região metropolitana. O que imaginamos como governança seria que cada um dos 5 consórcios intermunicipais definam prioritariamente sua agenda, de acordo com suas particularidades”, disse Reali.
Na seqüência, Patrick Le Galès expôs as etapas e problemas percorridos para a formação e governança da região metropolitana de Île-de-France, composta por 8 departamentos, sendo um deles a região de Paris. A política do governo central focada na capital francesa é uma marca importante para compreender a questão. “A história de levantes e revoluções levou a um controle muito forte da capital, que conta com abundância de segurança, transporte público e demais serviços, enquanto outras partes da região da Île-de-France foram relegadas a segundo plano”, destacou Le Galès.
Ainda segundo o professor, a inversão do problema da governança na região metropolitana vem acontecendo nos últimos 15 anos. Em 2001, o prefeito Bertrand Delanoë começa uma agenda cooperação com as demais municipalidades. “Essa foi a primeira vez que Paris conversou com o que está fora”, lembrou. Num segundo momento, ocorre a ascensão da região metropolitana, seguida do plano do ex-presidente Nicolas Sarkozy, da Grande Paris, iniciado em 2007, que viabiliza um planejamento ambicioso em mobilidade.
