O cenário foi o alto do edifício Martinelli. Impressionados com a dimensão da cidade de São Paulo, 45 estudantes de MBA da Universidade de Saint Gallen, na Suíça, ouviram atentamente como foi a implantação do projeto Cidade Limpa. A palestra foi dada pela diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb), coordenadora do projeto, Regina Monteiro. Engenheiros, médicos, diretores de empresa, advogados e empresários suíços integravam o grupo que veio ao Brasil para conhecer de perto experiências de instituições públicas e privadas. Esta foi a terceira vez que a universidade suíça escolheu o projeto Cidade Limpa como objeto de estudo durante a viagem.
“Enfrentamos muitos desafios para implantar o projeto, que hoje é reconhecido internacionalmente”, disse a arquiteta e urbanista Regina Monteiro, ao detalhar a iniciativa da Prefeitura de São Paulo, que vigora deste 2007. Ao mostrar a transformação da capital paulista após a entrada em vigor da lei, ela explicou como alguns setores aderiram às novas regras. “Houve uma migração da mídia outdoor para a mídia indoor”. De acordo com ela, a retirada da mídia outdoor revelou aspectos arquitetônicos que estavam escondidos e desencadeou um processo de adequação e recuperação de fachadas. O material que foi retirado passou a ser utilizado para reciclagem, o que gerou novos e criativos negócios. “Além disso, passamos a contar com o apoio da sociedade. O projeto ajudou a recuperar o amor dos cidadãos pela cidade”, destacou.
Para a coordenadora do grupo, Hanna C. Henkel, que mora há mais de sete anos no Rio de Janeiro, o Cidade Limpa é inegavelmente uma iniciativa pública bem sucedida. “Muitas ações no Brasil são boas, mas não conseguem sair do papel. Desde que foi implantado, o projeto passou a ser um exemplo de como o poder público pode fazer muito por uma cidade”.
Os estudantes questionaram como as empresas de publicidade reagiram às novas medidas. Regina explicou que além de passar a ter investimentos com propagandas internas, todas as empresas e instituições e pessoas envolvidas, de uma forma ou de outra, tiveram que ceder um pouco. “Todos deram sua contribuição para o bem maior da cidade”, concluiu. Eles questionaram se outros municípios brasileiros e estrangeiros se interessaram em fazer algo semelhante. Ela informou que várias localidades já demonstraram interesse e que tem apresentado o projeto em diversos locais.
Após a apresentação, ela ressaltou que esta foi uma oportunidade de mostrar o projeto, que se tornou um case internacional, para profissionais de outros países. Os estudantes suíços reconheceram que implantar uma iniciativa desta natureza numa cidade do tamanho da capital paulista exige coragem e determinação. Ao agradecer pela palestra, eles declararam que “São Paulo é uma cidade considerada do Terceiro Mundo com desenvolvimento de Primeiro Mundo”. Nesta viagem ao Brasil, o grupo visita São Paulo e Rio de Janeiro.
Universidade de Saint Gallen - Fundada em 1898, a Universidade de Saint Gallen possui cerca de seis mil estudantes é considerada uma das mais renomadas instituições de ensino superior do mundo nas áreas de Economia, Direito e Ciências Sociais.
Estudantes Suiços
Estudantes Suiços