Em quase três anos de existência, o projeto Cidade Limpa eliminou a publicidade externa da paisagem da cidade e – de tão polêmico – se transformou em referência internacional de política urbana. O projeto Cidade Limpa é responsável pela participação de São Paulo na feira de nações Expo Xangai 2010, na China, que reunirá inovações tecnológicas e experiências de políticas públicas nas áreas de educação, urbanismo, meio ambiente e economia de 192 países e de 55 cidades.
Com o tema Cidade Melhor, Vida Melhor, o evento será realizado em Xangai, entre maio e outubro de 2010, e será organizado pelo governo chinês com o mesmo tratamento dos Jogos Olímpicos. A primeira exposição universal de países foi organizada em Londres, em 1851, e ocorre a cada cinco anos. Desde então, esta é a primeira vez que cidades poderão participar. A expectativa é de que a Expo Xangai 2010 receba 70 milhões de visitantes, 90% deles chineses. Além de São Paulo, a segunda cidade da América Latina a participar da exposição será Porto Alegre (RS), com sua experiência em Governança Participativa.
Segundo o prefeito de São Paulo, 188 cidades disputaram as 55 vagas para participar do evento. São Paulo foi escolhida, em quarto lugar, por causa do Cidade Limpa. "É muito importante que o projeto tenha se tornado referência não apenas no Brasil, mas também no exterior, disse Gilberto Kassab.
O secretário municipal de Relações Internacionais, Alfredo Cotait Neto, explicou que o governo chinês cedeu um espaço de 400 m² para a exposição de São Paulo, que ficará localizado no setor Urban Best Practices Area (Área de Melhores Práticas Urbanas, em português). Além do projeto Cidade Limpa, serão apresentadas outras experiências de políticas públicas. "Vamos definir quais outros projetos e mensagens levaremos a Xangai", adiantou Kassab.
O investimento total para montar o espaço de 400 m² será de R$ 5 milhões. A Prefeitura reservou verba de R$ 3 milhões, mas a expectativa é de que esses recursos não precisem ser empregados. "Vamos convidar o empresariado a somar esforços para construir essa representação", afirmou Kassab.
O secretário Cotait disse que fará a captação de recursos para que o evento seja custeado pela iniciativa privada. "Para o empresário é uma oportunidade única participar de um evento desta envergadura, onde poderá ter contato com pessoas do mundo todo", disse. Uma das opções para atrair as empresas, entidades e instituições será ceder espaços nos estandes de São Paulo para a realização de reuniões e encontros comerciais. "É um evento de troca de informações e de experiências não só com a China, mas com empresas e instituições do mundo todo", afirmou Cotait.
Segundo a diretora de Meio Ambiente e Paisagem Urbana da Emurb, Regina Monteiro, a troca de experiências com a China será produtiva, principalmente em termos de tecnologia. "Vamos iniciar um plano de iluminação de São Paulo à noite. Os chineses utilizam muito o LED (tipo de lâmpada), de baixo custo e gasto de energia. É algo que nos interessa", disse. Segundo ela, o modelo de publicidade externa em Xangai é ostensivo demais para São Paulo, mas, ao mesmo tempo, interessante. "Eu estive lá e vi muitas peças publicitárias grandes que, à noite, se transformam em um show de luzes. Só que às 22h01 as luzes se apagam. Isso mostra que, mesmo com publicidade, existe lógica e uma paisagem ordenada", concluiu.
Fonte: Diário do Comércio - Por Rejane Tamoto - 26/8/2009